Reuniões em grupos aprofundam discussão dos temas centrais da Campanha

Emprego, remuneração, reestruturação do sistema financeiro, saúde e condições de trabalho. Para discutir detalhadamente todos os pontos que envolvem esses grandes temas, os 634 participantes da 16ª Conferência Nacional dos Bancários se dividiram em quatro grupos neste sábado 26.

O primeiro grupo tratou da pauta referente ao emprego: corte de postos de trabalho, rotatividade e terceirização. O segundo envolveu a discussão sobre reestruturação no sistema financeiro, com questões como Banco do Futuro, correspondentes bancários e novas tecnologias.

Já o terceiro grupo envolveu os itens de remuneração: aumento real, Plano de Cargos e Salários, piso salarial e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). E o quarto, tratou de saúde e condições de trabalho, ou seja, metas, assédio moral e segurança, entre outros pontos.

As questões discutidas nos grupos foram sugestões apontadas pelas conferências regionais e estaduais realizadas em todo o Brasil. “Fizemos um rico debate durante toda a tarde e início da noite deste sábado. Muitas questões foram aprovadas nos grupos e já vão entrar na pauta de reivindicações. As polêmicas em que não houve consenso serão levadas para a Plenária Final neste domingo”, explica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Pressão total para garantir emprego e combater terceirização

Os bancários que participaram do grupo de emprego aprofundaram temas essenciais para a categoria, como o combate à rotatividade, às demissões e à terceirização das atividades-fim, sobretudo o PL 4330, que precariza as condições de trabalho.

De autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), o projeto está pronto para ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Para os bancários do grupo, a categoria também deve ficar de olho no Supremo Tribunal Federal (STF), que em maio deste ano, revendo decisão anterior, decidiu reconhecer Repercussão Geral à decisão que será tomada em processo judicial sobre a terceirização, o que também pode alterar completamente as relações de trabalho no país.

Com o objetivo de barrar a terceirização, os bancários que participaram do grupo apoiam o seminário que será realizado dias 14 e 15 de agosto, em Brasília, e outras estratégias de mobilização contra a precarização. A iniciativa visa defender e assegurar os direitos dos trabalhadores atingidos pela terceirização.

A maioria das propostas foi aprovada por consenso pelos bancários e bancárias que participaram do grupo. Os itens que não foram consenso entre a maioria serão discutidos na plenária deste domingo.

Reestruturação Produtiva no Sistema Financeiro

O impacto das novas tecnologias no trabalho dos bancários foi o tema central dos debates do grupo. O objetivo principal é assegurar o emprego e proteger o trabalhador, garantindo o respeito à jornada de trabalho e à segurança, por exemplo.

Também foi defendida a universalização dos serviços bancários, com atendimento em agências e PABs, prestados exclusivamente por trabalhadores bancários. Essa questão é fundamental para fortalecer a luta contra a figura do correspondente bancário, que vem sendo largamente utilizado pelos bancos para reduzir custos e que gera a precarização do emprego.

Remuneração

O grupo com debates mais acalorados deixou para a plenária final a definição do índice de reajuste salarial. Ao todo, foram apresentadas sete propostas, todas com aumento real. O grupo apontou também a defesa da valorização do piso e discutiu a contratação da remuneração variável, cuja definição também ficou para a plenária final.

O grupo ainda tratou de questões como proteção salarial, 14º salário, auxílios cesta-alimentação, creche/babá e transporte, gratificação de caixa, participação nos lucros e resultados (PLR), entre outros.

Saúde e Condições de Trabalho

O debate sobre metas abusivas e o combate ao assédio moral foi destaque no grupo. A falta de condições do trabalho em todos os bancos gerou discussões acaloradas para encontrar as soluções do problema. Os participantes do grupo debateram ainda a atualização da pauta de reivindicações para que os bancos cumpram a legislação de segurança e adotem as medidas necessárias para coibir sequestros e assaltos em agências, postos de atendimento e demais estabelecimentos.

Conforme os debates, as medidas de segurança devem agregar inclusive os espaços dos caixas eletrônicos e as agências de negócios, onde há guarda e manuseio de numerário. O grupo também aprofundou o debate sobre as reivindicações pelo fim das desigualdades nos bancos. A ideia é que sejam adotadas práticas para viabilizar a promoção de igualdade de oportunidades para todos.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários