Niterói, São Gonçalo e região tem 100% de adesão dos bancários no primeiro dia de greve

No primeiro dia greve dos bancários em todo país o movimento teve a participação efetiva de Niterói. Na base territorial abrangida pelo Sindicato dos Bancários de Niterói e região, 100% das 240 agências bancárias não abriram nesta terça-feira (06). Cerca de 3,6 mil funcionários trabalham nas unidades. Aposentados e pensionistas não tiveram o recebimento dos benefícios prejudicados. O Sindicato montou um esquema de contingência para atender os beneficiários. A categoria reivindica 16% de reajuste. Já os bancos oferecem apenas 5,5%, bem abaixo da inflação do período. Uma nova assembleia para avaliar o movimento foi convocada para quinta-feira (08), às 18hs, no espaço assembleia do Sindicato em Niterói (Rua Evaristo da Veiga, 37 – Centro).

 

“Niterói como é tradição fechou toda sua base territorial. 100% das agências não funcionaram. Como também fazemos todos os anos montamos um esquema especial para atendimento aos aposentados e pensionistas. O intuito do nosso movimento não é prejudicar a população. Mas, mostrar à sociedade que os banqueiros lucram muito alto, mesmo o país estando em crise e não valorizam seus funcionários. Muito desse lucro exorbitante vem das altas tarifas e dos juros cobrados dos clientes. Portanto, esperamos contar com a compreensão da população”, afirma Luis Cláudio de Souza Costa (Caju), presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói e região.

 

A greve permanece nesta quarta-feira (07) em todo país. Os bancos não apresentaram nenhuma manifestação em retomar as negociações. A categoria já comunicou à Fenaban que está aberta para retomada das conversas. Os municípios que compõem o Sindicato de Niterói são: Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Silva Jardim, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Tanguá, Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Arraial do Cabo, São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio, Armação de Búzios e Rio das Ostras

 

A categoria reivindica 16% de reajuste (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras pautas, como o fim do assédio moral e das metas abusivas. A Fenaban ofereceu apenas 5,5%, o que representa perda real de 4% para os salários e demais verbas da categoria, já que a inflação acumulada de agosto ficou em 9,88% (INPC).

 

Outra proposta rechaçada pelos bancários foi o abono de R$2.500,00, o qual não se integra ao salário, incide imposto de renda, INSS e representa total retrocesso em relação aos últimos anos. Entre 2004 e 2014, os bancários conquistaram, com muita mobilização, 20,7% de ganho real nos salários e 42,1% nos pisos.

 

Reivindicações dos bancários:

 

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

 

PLR: 3 salários mais R$7.246,82

 

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

 

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

 

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

 

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

 

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

 

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

 

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

 

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

 

Proposta dos bancos rejeitada pelos bancários:

 

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

 

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.

 

Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.

 

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

 

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

 

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

 

Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.

 

Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.

 

Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

 

Auxílio-refeição – R$ 27,43.

 

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.

 

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.

 

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.

 

Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.

 

Requalificação profissional – R$ 1.294,49.

 

Auxílio-funeral – R$ 868,58.

 

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56

 

Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.

 

Fonte: Imprensa Seeb-Nit