Maio: mês do respeito ao trabalhador dos bancos

A Diretoria do Sindicato dos Bancários de Niterói e Região, alarmada com o recorde de 10 denúncias de Assédio Moral, no Banco do Brasil, nos quatro primeiros meses de 2012, que envolvem todas as cinco redes de agências da base territorial da entidade (3 denúncias na Rede Niterói, 3 na Araruama, 2 na Icaraí, 1 na São Gonçalo e 1 na Cabo Frio), em média, uma denúncia a cada 12 dias, após conversas com a Regional Niterói e de informar as agências envolvidas a essa Superintendência do BB, decidiu eleger o mês de Maio, o Mês do Trabalhador, como o mês de combate ao Assédio Moral no Banco do Brasil de Niterói e Região, nas 34 agências de Niterói a Rio das Ostras.

Como alertamos no Boletim BB anterior, a “aceitação” do grupo diante do Assédio Moral, por desinformação, interesse na ascensão funcional, omissão ou temor, cria para o assediador uma “plateia” que o estimula. Assim, os funcionários de uma agência não devem compactuar com humilhações públicas ou com o isolamento de colgas. E, se o assediado não tiver condições psicológicas de denunciar, os colegas podem fazer isso junto ao Sindicato, que garante o sigilo absoluto da fonte.

No Acordo específico de 2009, o Banco do Brasil concordou com a criação dos comitês de ética estaduais. Entretanto, no final de 2010, esses foram criados unilateralmente pela direção do BB, que instituiu a Ouvidoria como filtro das denúncias de Assédio Moral a serem encaminhadas aos comitês. Na prática, isso significou um número mínimo de casos que chegam a ser apreciados em seus estados. Por isso, as denúncias de Assédio Moral devem ser feitas primeiro, extraoficialmente, ao Sindicato para que se avalie se a denúncia tem base legal e, principalmente, inicie uma ação política junto à Regional e/ou à agência denunciada para que o problema seja superado, sem a necessidade de oficialização da denúncia, mas com a mudança de conduta do assediador e a melhora do clima de trabalho na agência.

Em 2011, alegando ser pioneiro na política interna de combate ao Assédio Moral, por ter implantado os comitês de ética estaduais, o Banco do Brasil se declarou desobrigado a assinar o acordo sobre o assunto entre a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Nesse acordo, o bancário tem o direito de optar pela denúncia às ouvidorias dos bancos ou pela denúncia junto aos sindicatos. Nesse último caso, as direções dos bancos tem a obrigação de apurar a denúncia em 60 dias.
Por ser mais favorável à categoria, os sindicatos tem reivindicado que o BB assine o acordo Fenaban de combate ao Assédio Moral e esse tema estará na pauta da Campanha Salarial 2012.

“Somos um sindicato de todos os bancários, do escriturário ao superintendente regional, o mais alto cargo de nossa base no BB, e, por isso, nossa intenção não é queimar ninguém, nem pedir a cabeça de colegas. Mas não podemos assistir omissos à queimação de colegas. Assim, queremos que o problema seja superado de forma civilizada, que os assediadores coloquem a mão na consciência, a cabeça no travesseiro e reflitam sobre o desafio de se estabelecer uma convivência pacífica com colegas que ele considera problemáticos, seja pelo mau desempenho, seja pela postura crítica. Ao contornar o problema sem degradar o clima de trabalho, o ex-assediador, certamente, resgatará a produtividade do ex-assediado e melhorará a produtividade da equipe. Não sou eu que digo isso, são os pedagogos e os psicólogos. Dizem também que exercer a liderança autoritária é mais fácil do que exercer a liderança solidária, a que une o grupo ao verdadeiro líder”, comentou Marcelo Quaresma, sindicalista do BB.

FONTE: BOLETIM BB – NITERÓI E REGIÃO