Bancos fecham 6.319 postos de trabalho entre janeiro e outubro de 2015

Nos primeiros dez meses deste ano os bancos que operam no Brasil fecharam 6.319 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta terça-feira (24) pela Contraf-CUT. O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, e usa como base os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

 

Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 3.980 empregos. O número também foi impactado pelos planos de aposentadoria incentivada promovidos pela Caixa e BB. Somente na Caixa foram fechados 2.356 postos.

 

Reduções por estados 

 

No total, 23 estados registraram saldos negativos de emprego. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-1126), São Paulo (-1088), Rio Grande do Sul (649) e Distrito Federal (-646). Já o Pará, foi o estado com maior saldo positivo, com geração de 132 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso (74).

 

Rotatividade e salário 

 

De acordo com o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 27.503 funcionários e desligaram 33.822 nos primeiros dez meses. A pesquisa também revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.507,23, contra R$ 6.246,41 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 56,1% menor que a remuneração dos dispensados.

 

Desigualdade entre homens e mulheres 

 

A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração. A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.855,43 entre janeiro e outubro. Já a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.121,93, valor cerca de 23,5% inferior à remuneração de contratação dos homens.

 

A diferença de remuneração entre homens e mulheres é maior na demissão. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos entre janeiro e outubro deste ano recebiam R$ 5.376,29, que representou 76,5% da remuneração média dos homens desligados dos bancos, de R$ 7.029,89.

 

Veja aqui a íntegra da pesquisa

 

Fonte: Contraf-CUT e Dieese