Cineasta já previa críticas

“Lula não precisa do filme. Nós é que estamos tirando uma casquinha da popularidade do presidente”. Essa era a resposta do diretor de cinema Fábio Barreto para quem o acusa de estar fazendo propaganda política no filme “Lula, filho do Brasil”, que estreiou dia 1º de janeiro. O diretor está em coma induzido no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, desde que sofreu um acidente de carro, no dia 19 de dezembro.

O filme conta a história do sétimo filho de Eurídice Ferreira de Mello, a Dona Lindu, que nasceu em 1945 no sertão de Pernambuco, lutou na vida sindical em plena ditadura militar e se elegeu presidente do Brasil.

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Fábio Barreto já se dizia estar preparado para as cobranças e a politização em torno da obra. “É como em jogo de futebol: no caso do Lula, todos se transformam em técnicos, especialistas no assunto, de uma maneira ou outra”, ironizou. “A história de Lula é muito mais cheia de incidentes do que está na tela, e muita coisa foi atenuada, como a violência do pai, ou a da avó, uma rendeira que expulsava a tiros os netos que iam pegar melancia em seu quintal. Sem falar que no velório da mulher e do filho houve uma enchente, o piso cedeu e a casa desabou. A cena foi filmada, mas não colocamos. Se o filme fosse contar a história toda, ninguém aguentaria”, disse.

O cineasta tem medo de cobranças. “Não vai faltar nenhuma, a começar pela família, passando por questionamentos de o filme ser lançado em ano eleitoral e atuar como peça de propaganda”. Ele Barreto destaca que o filme não foi feito para entender o Lula, mas para as pessoas verem que mesmo nas piores condições é possível chegar aonde ele chegou. “Ele é um migrante nordestino, um ex-operário, e o principal bem que fez ao país foi o aumento da autoestima, como se dissesse o tempo todo ‘eu sou igual a você, nós somos iguais. Eu estou aqui porque eu teimei muito. Não fiquem aí reclamando da vida’.”