Bancários de Niterói aceitam proposta dos bancos e encerram greve após 21 dias de paralisações

Bancários de Niterói e região aprovaram a proposta apresentada pelos bancos que concede reajuste salarial de 10% sobre os pisos, PLR e demais verbas e 14% nos vales alimentação e decretaram o fim da greve da categoria que durou 21 dias. A decisão foi tomada em assembleia realizada pelo Sindicato dos Bancários de Niterói na noite de segunda-feira (26) e vale também para funcionários do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Nesta terça-feira (27) todas as agências bancárias voltarão a funcionar em horário normal para atendimento ao público. Cerca de 250 bancários participaram da assembleia no espaço assembleia do Sindicato localizado no centro de Niterói. Funcionários dos bancos privados aprovaram por unanimidade a proposta. Bancos públicos fim da greve foi decido por ampla maioria dos bancários.

 

Após 21 dias, a categoria venceu a intransigência dos bancos que tentaram impor perdas salarias oferecendo um reajuste abaixo da inflação do período em que se apura a data base dos bancários.

 

O movimento forçou que os banqueiros aceitassem abonar 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas. Serão considerados para efeito de compensação os dias de paralisação de 6 de outubro a 26 de outubro de 2015. Assim, um dia após a assinatura do acordo, os trabalhadores compensariam, no máximo, uma hora por dia útil, até o dia 15 de dezembro.

 

“Diante do cenário que vive o país e também do índice multo rebaixado oferecido pelos bancos no início das negociações e a oferta de um abono, coisa que não víamos há mais de 10 anos, podemos considerar a conquista de 10% de reajuste foi satisfatória”, avalia Luis Cláudio de Souza Costa, presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói e região.

 

Conquistas da Campanha 2015/2016

Reajuste: 10 %.

 

Pisos: Reajuste de 10%.

– Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.377,62

– Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.976,10

– Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.669,45 (que inclui R$ 470,75 de gratificação de caixa e R$ 222,60 de outras verbas de caixa).

 

PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00.

 

PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 4.043,58.

 

Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54 % do salário mais fixo de R$ 1.213,07 limitado a R$ 6.507,55. Da parcela adicional, 2,2 % do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$2.021,79.  O pagamento do restante será feito até 01 de março de 2016.

 

Auxílio-refeição: de R$ 26 para R$29,64 por dia.

 

Cesta-alimentação: de R$ 431,16 para R$ 491,52

 

13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52

 

Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$ 394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$ 306,96 para R$ 337,66 (para filhos até 83 meses).

 

Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70

 

Histórico

 

A entrega da minuta de reivindicações dos bancários aconteceu em 11 de agosto. A partir daí foram realizadas cinco rodadas de negociações. Em 19 de agosto, foi debatido emprego. Nos dias 2 e 3 os temas foram saúde, condições de trabalho e segurança. Em 9 de setembro, Igualdade de oportunidades. A rodada extra do dia 15 de setembro discutiu adoecimento da categoria. E, no dia 16 de setembro, remuneração.

 

No dia 25 de setembro, a Fenaban não só frustrou, como agiu de forma desrespeitosa com os bancários, ao apresentar uma proposta para a categoria, com um reajuste de 5,5% no salário, também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$ 2.500,00

 

Depois de 16 dias de greve, no dia 20 de outubro, a Fenaban apresentou uma nova proposta, de 7,5% de reajuste. No dia seguinte, o índice foi de 8,75%. Ambos foram recusados na mesa.

 

Willian Chaves – Imprensa Seeb-Nit