Reunidos na tarde desta quarta-feira (21), o Comando Nacional dos Bancários rejeitou nova proposta da Fenaban de reajuste salarial de 8,75%, abaixo da inflação do período que é de 9,89%. Na reunião anterior, os bancos haviam oferecido 7,5% e a retirada do abono do de R$ 2,5 mil. A proposta foi também rejeitada na mesa de negociação. A categoria alega que o índice proposto está muito longe do reivindicado, de 16%. O encontro aconteceu no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Com a rejeição, a greve dos bancários continua em todo país. Uma nova rodada de negociações foi agendada para as 14hs desta quinta-feira (22) no mesmo local.
A Greve Nacional dos Bancários continuou a crescer. Nesta quarta-feira (21), 16º dia de greve, 12.603 agências e 35 centros administrativos paralisaram suas atividades nos 26 estados e no Distrito Federal. É a maior paralisação de agências desde o início das mobilizações, em 6 de outubro. No Estado do Rio de Janeiro, 1.134 agências foram fechadas. Em Niterói e região, 243 sendo: 35 do Banco do Brasil; 35 da Caixa Econômica Federal; 46 do Bradesco; 78 do Itaú; 14 do HSBC; 33 unidades do Santander e 01 do Citibank e 01 do Banco Safra, configurando 100% de paralisação.
A revolta da categoria cresce junto com a greve. E não é à toa. Os cinco maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) alcançaram, juntos, o lucro de R$ 36,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na contramão dos lucros exorbitantes, de janeiro a agosto de 2015, foram fechados 6.003 postos de trabalho no setor financeiro, segundo um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O saldo negativo do período resultou de 23.807 admissões contra 29.810 desligamentos. De acordo com a análise por Setor de Atividade Econômica (CNAE) os cortes de empregos estão concentrados nos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC e Caixa que, sozinha, respondeu pelo corte de 2.261 postos de trabalho em oito meses. Já os outros bancos, juntos, foram responsáveis por 3.793 demissões no mesmo período.
Banco do Brasil e Caixa Econômica
A direção dos dois bancos afirmaram que reabrirão a mesa de negociação das pautas específicas logo após a reunião desta quinta-feira entre a Fenaban e o Comando Nacional.
Reivindicações dos bancários:
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
PLR: 3 salários mais R$7.246,82
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último). Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Imprensa Seeb-Nit