Trabalhadores reivindicam efetividade dos canais sobre assédio e violência no trabalho

Foi realizada, nesta quarta-feira (26), a primeira rodada da Negociação Nacional sobre Assédio Moral, Sexual e Outras Formas de Violência no Trabalho Bancário.

O encontro reuniu representantes do Comando nacional dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos.

A inclusão de uma cláusula sobre o tema foi uma conquista dos trabalhadores na renovação mais recente Convenção Coletiva de Trabalho.

No encontro os trabalhadores reivindicaram:

– Acesso aos dados estatísticos dos canais de apoio e canais de denúncias contra assédio moral, sexual e outras formas de violência no ambiente laboral, com número de atendimentos, apurações e resoluções;
– Cronograma de implementação de canais nos bancos que ainda não instauraram esses mecanismos;
– Que os canais sejam estruturados para garantir atendimento humanizado, com proteção às vítimas e aos denunciantes, para que não sofram qualquer tipo de retaliação.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, respondeu ao Comando Nacional, ressaltando que “qualquer tipo de assédio e violência não pode ser tolerado”, que “a meta dos bancos não é somente reduzir, mas banir” essas ações, que “nenhuma pessoa pode ser submetida a qualquer tipo de abuso” e que situações de assédio e violência “não podem ficar somente entre as paredes de uma empresa”.

A entidade também apresentou dados sobre o balanço dos atendimentos dos canais de combate ao assédio e de apoio às vítimas.

Em 2024, os canais receberam o total de 8.431 denúncias:
– Assédio moral – 26% (2.196)
– Assédio sexual – 5,6% (476)
– Outras formas de violência – 68,4% (5.759)
(agressão física, brincadeiras inadequadas, comunicação violenta, conflito de interesses, constrangimento, discriminação, desrespeito, intimidação, retaliação, descumprimento de normas internas, conluio, má índole/ desvio de caráter/ má-fé)

Tempo entre o recebimento da denúncia até resolução do caso:
– Até 45 dias – 68,9%
– Após 45 dias – 31,1%
– Menos de 35 dias – 59,4%
– Mais de 45 dias – 31,1%
– Entre 41 e 45 dias – 4%
– Entre 36 e 40 dias – 5,5%

Consequências dos casos denunciados:
– Desligamentos – 19,3%
– Medida disciplinar – 29,1%
– Descomissionamento – 0,4%
– Reorientação – 50,4%
– Revisão de políticas – 0,4%
– Pendentes de definição quanto à medida – 0,5%

 

*Fonte: Contraf-CUT