Trabalhadores protestam contra Selic alta

Representantes da CUT, demais centrais sindicais e do movimento estudantil fizeram um protesto em frente à sede do Banco Central, em São Paulo, nesta terça-feira (4).

Os participantes denunciaram os resultados negativos da política monetária praticada pelo BC através do Comitê de Política Monetária (Copom), mantendo a taxa básica de juros (Selic) em dois dígitos.

Nesta quarta-feira (5), o Copom faz a penúltima reunião do ano. A expectativa dos analistas de mercado é que a taxa seja mantida no maior nível em quase 20 anos.

O Brasil lidera o ranking dos países com as maiores taxas de juros reais do mundo. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, o que influencia diretamente no aumento do custo do dinheiro, com os bancos cobrando taxas altas em suas operações de crédito.

“Tem banco praticando 7,99% de juros ao mês; cobrando 490% ao ano no rotativo do cartão de crédito. Não é por acaso que mais de 78 milhões de brasileiros e brasileiras estão com seus CPFs negativados”, ressaltou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale, durante o protesto.

De acordo com os movimentos sindicais, a Selic elevada ajuda para que poucos se apropriem dos recursos de muitos, através da compra dos títulos da dívida pública.

Segundo um levantamento do Dieese, só em 2023, a União pagou mais de R$ 732 bilhões com juros dos títulos. O valor equivale a 4,3 vezes os investimentos com o Bolsa Família, 8 vezes o montante direcionado para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), voltado à recomposição e expansão da infraestrutura do país, além de 3,3 vezes o orçamento para a Saúde e 5 vezes o orçamento para a Educação.

 

*Fonte: Contraf-CUT/Agência Brasil

*Foto:  Marcello Casal Jr/Agência Brasil