Saúde Caixa: próxima reunião será nesta quinta-feira (9)

 

As negociações para renovação do acordo específico referente ao Saúde Caixa foram destravadas em reunião, na última quarta-feira (01), após mobilização dos trabalhadores e pedido do Comando Nacional dos Bancários.

 

Na próxima quinta-feira (9) haverá nova reunião e a Caixa se comprometeu a apresentar simulações para permitir a discussão de possíveis formatos de custeio.

 

“Avançamos para resolver o déficit de 2023 usando as reservas técnicas e de contingência e a Caixa se comprometeu a incorporar toda a despesa de pessoal deste ano. Resolvendo essa situação, vamos fazer o debate sobre o futuro do plano para 2024”, explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

 

Segundo a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e do GT Saúde Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, o cenário aponta um déficit de mais de R$ 1 bilhão, considerando os custos de 2023 e as projeções atuariais de custos para 2024.

 

“Com essa retomada das negociações já temos uma sinalização positiva com relação ao custeio para sanar o déficit de 2023 que, se não for equalizado, nos obriga a arcar com o pagamento de 4,5 parcelas extraordinárias no próximo ano. Nossa intenção é conquistar uma proposta para o ano de 2024 que não onere os colegas a ponto de inviabilizar sua permanência no Saúde Caixa”, afirmou Fabiana.

 

Apesar dos avanços, a coordenadora recomenda que as empregadas e os empregados se mantenham atentos às negociações. Para  Fabiana, é preciso manter a mobilização, já que ainda não houve a renovação do acordo.

 

“O custeio é uma parte do problema, pois precisamos avançar na melhoria da qualidade do plano”, disse.

 

Fabiana informou que em algumas cidades e regiões os usuários não conseguem atendimento básico. Segundo ela, uma das solicitações para resolver este problema, é a volta das antigas Gipes (Gerencias Regionais de Pessoas).

 

O diretor de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Leonardo Quadros, ressaltou que, caso a situação não evoluísse, o risco para os usuários do plano, seria ter que arcar com as contribuições extraordinárias para custear o déficit deste ano, além do aumento médio de 85% nas mensalidades para o ano que vem.

 

A Caixa concordou em usar recursos do fundo de contingência do plano de saúde para evitar a cobrança de parcelas extraordinárias em 2024 (referentes a 2023). Também disse que pode absorver parte dos custos administrativos, ou seja, as despesas de pessoal de 2023.

 

A representação dos trabalhadores solicitou que além de 2023, sejam também consideradas as despesas dos anos de 2021 e 2022, que foram colocados no custeio indevidamente. A Caixa disse que irá avaliar essa possibilidade.

 

Reajustes

 

Os trabalhadores querem que os debates sobre a sustentabilidade do Saúde Caixa sejam mantidos, com a defesa da manutenção dos mesmos princípios e características, além da melhoria da qualidade de atendimento e ampliação da rede credenciada.

“A Caixa vem pedindo que sejam feitos reajustes e cobranças de todos os usuários, não tendo mais a trava de dois dependentes. Entretanto, entendemos que tem que ter um teto para não onerar a renda dos titulares e acabar inviabilizando sua permanência no plano de saúde”, afirmou Fabiana.

A coordenadora disse, ainda, que em relação às mensalidades, a cobrança é proporcional aos rendimentos de cada empregado.

 

“As mensalidades já são reajustadas na medida em que há aumento nos salários. E a entrada de mais recursos pode ser resolvida pela própria Caixa, com a reversão da política de redução de pessoal que, além de permitir o aumento de usuários contribuintes, reduz a sobrecarga de trabalho e, consequentemente, o adoecimento e os custos médicos do Saúde Caixa. Temos que avançar também nesse debate”, concluiu Fabiana.

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil