Saúde Caixa: banco e trabalhadores buscam melhor proposta

 

Durante reunião entre a Caixa Econômica Federal e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE), nesta quinta-feira (31), ficou decidido que as negociações para que se encontre a melhor proposta para empregadas e empregados com relação ao Saúde Caixa serão mantidas.

 

Mesmo entendendo que a ultratividade não é devida,  o banco reconheceu que a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do Saúde Caixa vai até dezembro de 2023. E também que os princípios do pacto intergeracional, do mutualismo e da solidariedade sempre são e continuarão sendo considerados no debate a respeito do modelo de custeio do plano, que prevê que 70% dos custos devem ser arcados pelo banco e 30% pelas empregadas e empregados.

Para a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, é preciso chegar com urgência, a uma proposta que atenda às necessidades dos usuários.

 

“Queremos resolver a questão o quanto antes, mas, mais importante do que o prazo, nosso objetivo é chegar a uma proposta que seja a melhor para as empregadas e empregados da ativa e aposentados”, disse.

Fabiana ressaltou que é importante fazer o debate sobre o custeio, mas voltou a afirmar que o debate precisa ir além da questão financeira.

 

“Neste sentido, foi importante ouvir que o banco também entende que os princípios basilares do Saúde Caixa precisam ser observados na definição do modelo de custeio. Mas não podemos deixar de lado outras questões do plano, como a qualidade no atendimento de usuários e credenciados. E hoje o que mais recebemos são reclamações em nossas bases ”, afirmou, acrescentando que a Caixa se comprometeu a manter as negociações e avançar também na questão da qualidade do plano.

 

Manutenção dos princípios

 

O representante da Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa (Fenacef), Edgard Lima, falou sobre a importância da manutenção dos princípios do plano.

 

“Não estamos dispostos a trabalhar sobre uma proposta que imponha divisão por idade, por exemplo, porque fatalmente vai prejudicar a parte mais frágil neste processo, que são os aposentados”, disse.

Ainda sobre Saúde Caixa

 

A representação dos trabalhadores cobrou resposta da Caixa para todas as reivindicações que foram apresentadas sobre o Saúde Caixa desde o início das negociações.

 

“Não é possível caminhar para a construção de uma proposta conjunta sem a verificação dos números. Não conseguimos ter uma opinião sem o embasamento de números avaliados por nossas consultorias especializadas. Não há convicção do acerto. Por isso, não há como homologar qualquer proposta que o banco venha a nos apresentar”, observou o representante da Fenacef.

 

Também voltou a ser cobrada a reivindicação relativa ao retorno das Gerências de Pessoas e comitês de credenciamentos, como forma de descentralizar e melhorar o atendimento aos usuários e credenciados, além do número de profissionais, hospitais e laboratórios credenciados nas regiões.

A volta do custeio administrativo apenas pela Caixa, como era antes de 2018, é outra reivindicação feita pela representação sindical sobre a qual a Caixa não deu resposta. A representação dos empregados também lembrou da cobrança para que a Caixa assuma os custos dos afastamentos para tratamento de doenças causadas em decorrência do trabalho.

 

Pesquisa realizada pela Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae) constatou que houve, na Caixa, recorde de afastamentos para tratamento de saúde devido a acidentes de trabalho e que o índice é muito acima da média de outros bancos e mais acima ainda do que o constatado no mercado geral de trabalho.

 

A representação dos trabalhadores voltou a pedir que a Caixa valorize as mesas de negociações e demais espaços de construção conjunta de propostas.

 

“A Caixa desvaloriza nossos espaços de negociação quando divulga previamente aos empregados questões que haviam sido cobradas nesta mesa, ou mesmo coisas que sequer tenham tido concordância, dizendo que foi negociado com o movimento sindical. Existem diversas reivindicações e debates que não foram superados. Precisamos dar continuidade às negociações e aos GTs”, disse a coordenadora da CEE.

 

A Caixa disse que dará continuidade às negociações e aos GTs. Com relação ao GTs de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor, o banco disse que na próxima reunião apresentará os resultados de um estudo feito pelo banco.

A representação dos trabalhadores disse que, apesar de a Caixa ter dito que paralisaria a instalação de mobiliário considerado inadequado pelos trabalhadores que os utiliza, a instalação continuou.

 

A Caixa pediu que a representação sindical indique em quais unidades está havendo problemas com o mobiliário para que o banco envie engenheiro do trabalho ao local para que os trabalhadores sejam ouvidos e indiquem quais são os problemas.

 

Os trabalhadores também cobraram negociações específicas sobre o “Minha Trajetória”, uma vez que o novo programa de gestão está repetindo os mesmos erros do antigo programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP).

Também houve cobrança de uma mesa tripartite para alinhar e aprofundar o debate sobre a Fundação dos Economiários Federais (Funcef).

 

*Fonte: Contraf-CUT