De forma unilateral, sem negociar com sindicatos, o banco Santander decidiu ampliar o horário de abertura de suas agências. Chamada de “semana desendivida”, o período de 14 a 18 de março terá o horário de atendimento estendido pelo banco Santander em suas agências até às 18h. O expediente bancário normal se encerra às 16h.
A alegação da diretoria do Santander é de que tem havido uma grande procura de clientes para negociação de dívida, e que por isso, há uma necessidade de ampliação do horário de atendimento.
Para o movimento sindical o atendimento precário nas agências causado pelas dispensas em massa e fechamento de unidades físicas não se justificam, já que a relação entre receita de tarifas cobradas aos clientes equivale a 210% da folha de pagamento. O Santander registrou um lucro líquido gerencial em 2021 de R$ 16,347 bilhões, alta de 7% em relação ao ano anterior.
Para a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias, a extensão do horário de atendimento não é algo pontual, como o banco tenta demonstrar. “O que está em andamento no Santander é um projeto de gestão que não respeita, não negocia e não ouve os trabalhadores, decide tudo sozinho, implementa e atropela todos os envolvidos no processo. Uma gestão que não respeita o acordo coletivo e nem dispositivos internacionais que obrigam a negociação”, disse.
Situação crítica
A situação nas agências do Santander chegou a uma situação crítica em todo o país. O número reduzido de funcionários, as metas desumanas e cada vez mais difíceis de serem batidas e a sobrecarga de trabalho têm levado os bancários ao esgotamento físico e psicológico e ao adoecimento.
Atualmente há 1163 clientes para cada bancário. Isso considerando todo o conglomerado Santander, pois sem esse fator, a relação clientes / Bancários dispara ainda mais.
A direção do Santander alega que essa ampliação de horário teria sido a única alternativa encontrada “para dar prosseguimento ao programa desendivida sem ter que abrir as agências aos finais de semana”. A justificativa não é aceita pelo movimento sindical.
Num sábado do dia 22 de janeiro deste ano, também sem negociar com o movimento sindical, sem aviso prévio e num total desrespeito aos funcionários, o Santander tentou impor o trabalho no final de semana, mas teve a sua tentativa frustrada por conta das ações judiciais vitoriosas promovidas pelo Departamento Jurídico do Sindicato e outras em nível nacional, além da mobilização nacional dos bancários.