85,93% funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recusaram a proposta do presidente Gustavo Montezano e de retirada dos direitos durante as negociações com a Comissão dos trabalhadores do banco. Apenas 13,43% (316) aprovaram a proposta de um total de 2.353 votos, sendo 15 abstenções (0,64%).
“Foi claro o recado do funcionalismo, que com amplíssima maioria, rejeitou a proposta de retirada de direitos, dando um não rotundo à postura intransigente do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e de sua diretoria. O resultado da assembleia reflete toda a insatisfação dos funcionários com um impasse completamente desnecessário criado pela empresa nas negociações com os trabalhadores”, comentou o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vinícius de Assumpção.
De acordo com o sindicalista, a expectativa é que na reunião de hoje a direção do banco recue e traga uma proposta que atenda os anseios dos trabalhadores. “Reafirmamos a nossa disposição de encontrar uma saída negociada e esperamos que a empresa apresente uma proposta digna, que atenda aos anseios do funcionalismo, que é quem de fato, constrói a grandeza desta instituição pública tão relevante para o desenvolvimento do Brasil”, acrescenta.
Vale lembrar que o BNDES não está seguindo a tendência de outros bancos públicos. “Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e Banco da Amazônia (Basa) seguiram a decisão da mesa da Fenaban e chegaram a um acordo nas questões específicas de seus trabalhadores. Nada justifica esta posição isolada e arrogante do BNDES de total desrespeito aos seus funcionários”, completa Vinícius.
O banco vem propondo uma série de cortes de direitos dos trabalhadores. O BNDES quer modificar a cláusula que garante uma série de procedimentos em caso de desligamento, eliminando a garantia de defesa e do contraditório. Além disso, também propôs uma nova redação retirando as travas e proteções, facilitando os ataques ao funcionalismo.
A instituição também sugeriu retirar de uma cláusula importante para possibilitar mudanças no estatuto da Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES (FAPES), a entidade de previdência complementar dos funcionários, além de retirar do Acordo Coletivo de Trabalho o direito à reunião para organização de luta dos trabalhadores, acesso aos dirigentes das associações à empresa. Outro corte foi o repasse das mensalidades e cortar as liberações para trabalho sindical.