Em vez de proteger o cidadão da violência, a polícia está a serviço dos banqueiros e tenta impedir a greve por causa dos interditos proibitórios. Só neste período de greve, o Bradesco e a Caixa Econômica Federal já anunciaram aumento nas tarifas. É por isso que todos os setores da sociedade estão apoiando a greve. Os clientes conhecem bem a ganância dos banqueiros e sofrem na pele com ela.
O interdito proibitório é um recurso jurídico que os bancos vêm usando para impedir o direito de greve garantido na Constituição, mas já começa a sofrer derrotas. Dia 24 a Justiça de Duque de Caxias deu liminar cassando o interdito e impondo multa diária de R$ 50 mil aos bancos que impedirem a mobilização dos bancários. O Sindicato já fez um enterro simbólico desse instrumento jurídico na porta do Bradescão (foto).
Com mais de 100 apitos, os bancários de Niterói e Região fizeram um forte protesto dia 22, na Avenida Amaral Peixoto, Centro de Niterói. A passeata partiu da porta do Bradescão e foi até a Câmara Municipal, onde os dirigentes do Sindicato foram recebidos pelos vereadores Paulo Eduardo Gomes e Carlos Macedo. Os parlamentares se solidarizaram com os grevistas e se comprometeram a levar as denúncias apresentadas ao plenário da Casa.
Repressão agride a Constituição
A Confederação Nacional dos Bancários entregou ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, um dossiê sobre a repressão dos bancos à paralisação, com instrumentos jurídicos chamados “interditos proibitórios”, que agridem o direito de greve garantido na Constituição. Jobim se declarou surpreso com o interdito preventivo e disse que o STF nunca julgou o mérito de um interdito proibitório.
Destaque na imprensa internacional
Também houve passeata no Rio, e a greve cresce em todo o Brasil. No oitavo dia, foram 24 sindicatos de capitais e 105 do interior. A maior greve dos bancários desde 1990 está ganhando destaque até na imprensa internacional, como o Financial Times, de Londres.