Em negociação ocorrida nesta segunda-feira (16) com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a direção do Banco do Brasil frustrou as expectativas. Apesar de trazer avanços sociais importantes, o banco não apresentou respostas para as principais questões específicas do funcionalismo, que foram debatidas e aprovadas no 24º Congresso Nacional dos Funcionários do BB.
A avaliação do Comando Nacional é que mais uma vez o banco ficou devendo soluções para os grandes problemas debatidos e reivindicados na Campanha Nacional 2013, como plano de funções, piso, saúde, violência das metas, assédio moral e contratações.
“O sentimento é de frustração. Os bancários do BB esperavam que o banco apresentasse propostas efetivas para os principais problemas apresentados durante as três rodadas de negociação específicas e concomitantes à mesa geral dos bancários com a Fenaban, ocorridas durante o mês de agosto, e isso não aconteceu” afirma William Mendes, secretário de formação da Contraf- CUT e coordenador da Comissão de Empresa.
Desta forma, a orientação do Comando Nacional aos funcionários do BB é aderir à greve da categoria que inicia nesta quinta-feira (19) e lutar com muita unidade e mobilização para arrancar propostas que atendam as reivindicações econômicas e sociais, como aumento real, piso do Dieese, fim do assédio moral e das metas abusivas, emprego, melhores condições de saúde e trabalho, previdência e segurança bancária.
Contraf-CUT cobra fim das reestruturações e terceirizações
Logo no início da negociação, a Contraf-CUT e as entidades sindicais cobraram a interrupção imediata dos processos de reestruturação com a transferência dos serviços dos bancários para empresas terceirizadas como, por exemplo, a Cobra Tecnologia. Também foi questionado o total desrespeito do banco em lançar programas de desligamento, como PDV para vítimas de reestruturações.
“Na última sexta-feira (13) ocorreu forte atividade de paralisação em São Paulo, cobrando a reversão desses processos e o fim da violência na cobrança de metas. Os funcionários de todas as bases onde há áreas meio estão aflitos com o rumo que a direção do banco tomou de reestruturar e terceirizar os serviços da atividade bancária”, criticou William Mendes.
Outra questão abordada foram os boletins da direção do BB ameaçando os bancários, como o do último dia 12, onde o banco sugere que os funcionários reflitam ao aderirem à greve, dizendo que haverá consequências indesejáveis no “pós-greve”.
“O banco alegou que a informação que ele quis dizer era de ‘consequências ao banco’, só que desde a greve em 2012 há processo investigatório no Ministério Público do Trabalho porque a Contraf-CUT teve que acionar o BB por perseguir grevistas. Se o banco faz referência a ‘pós greve’, ele está ameaçando de novo os bancários com retaliações e isso é prática antissindical condenada mundialmente pelas legislações que protegem os trabalhadores”, denunciou o dirigente sindical.
Propostas apresentadas pelo BB
I – Com cláusula no Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014
– Abono das horas de ausências, durante a jornada de trabalho, para os funcionários com deficiência, para aquisição, manutenção ou reparo de ajudas técnicas (cadeiras de rodas, muletas, etc), com limite de uma jornada de trabalho por ano;
– Elevação da licença adoção para homens solteiros (família monoparental) ou com união estável homoafetiva, de 30 para 180 dias;
– Vale cultura: R$ 50,00 por mês para os funcionários que ganhem até 5 salários mínimos;
– Aumento do valor da bolsa dos estagiários, de R$ 332,97 para R$ 570,00.
II – Sem cláusula no Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014
– Vacina contra a gripe para todos os funcionários; e
– Auxílio educacional para dependentes de funcionário falecido ou que tenha ficado inválido em decorrência de assalto intentado contra o banco: R$ 800,00 por mês até 24 anos incompletos.
Prioridades apresentadas pelos funcionários do BB
Plano de Funções e PCR:
– Piso
– Aumento no interstício
– Crescimento horizontal nas funções
– Anuênio
– Incorporar funções após 10 anos
– Volta do valor das gratificações de função ao valor anterior (ABF+ATFC+25%) tanto para os AFG 6h quanto para os AFC 8h
– Garantir reajustes nas verbas do novo plano como, por exemplo, verba 226
Ascensão Profissional
– Programa de Seleção Interna com critérios claros e transparentes;
– Fim da trava para concorrências;
– fim dos descomissionamentos e inclusão dos primeiros gestores na cláusula de proteção com 3 avaliações. E maior clareza sobre o que seria satisfatório e insatisfatório nas avaliações;
– volta da substituição remunerada nas funções.
PSO/Caixas executivos e demais unidades da rede
– igualar a pontuação do Mérito dos caixas e incluir os escriturários na carreira de Mérito, retroagindo ao histórico funcional de cada um;
– aumentar as dotações nas PSO;
– nomear todos os caixas executivos;
– ter regras para a eleição de delegados sindicais nas PSO (proporcional à quantidade de agências cobertas por cada PSO);
– criar supervisor de caixa e ou criar gratificação para o “caixa líder”.
Contratações e fim das reestruturações e terceirizações
– contratar mais 5 mil bancários e chamar imediatamente os concursados;
– reposição das aposentadorias e desligamentos;
Questões de Saúde
– Cassi e Previ para todos;
– Manutenção da função e do vínculo ao local de trabalho quando houver afastamento por questões de saúde com a substituição remunerada na vaga do afastado;
– melhorar a assistência odontológica;
– melhorias nos exames periódicos
Metas individuais e diárias
– fim da violência na cobrança de metas;
– fim das metas na GDP.
Fonte: Contraf-CUT