Previ divulga Cassi Essencial, plano sem viabilidade técnica e financeira

 

O portal oficial da Previ (previ.com.br) abriu espaço para divulgar o Cassi Essencial, plano que vem acumulando uma série de denúncias das entidades que representam os funcionários do Banco do Brasil, que tende a resultar em prejuízos para toda a Cassi.

 

Lançado em junho, o plano é oferecido não apenas para os familiares, mas também para os próprios funcionários da ativa e aposentados do BB, criando, assim, uma porta de saída dos trabalhadores que estão no Plano Associados em direção ao novo plano.

 

“É uma grande irresponsabilidade da Previ fazer propaganda de um plano de saúde sem viabilidade técnica e financeira”, lamentou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Acontece que, enquanto o Plano Associados é pautado pelo princípio de solidariedade e isonomia, onde os mais jovens ajudam a custear os mais velhos e o Banco do Brasil ajuda a arcar com as despesas, o Cassi Essencial, pelo contrário, funciona como um plano de mercado e sem a coparticipação do BB”, explicou o coordenador da CEBB.

 

Fukunaga destacou que, quanto mais funcionários do BB o novo plano atrair, mais fraco ficará todo o sistema da Cassi, que hoje é, a maior entidade de saúde de autogestão do país.

 

Como isca para atrair os trabalhadores, a Cassi dividiu o Brasil em doze regiões para vender o Cassi Essencial com preços regionalizados. “Quando adquire o plano, o trabalhador tem a impressão de estar pagando menos. Entretanto, além do valor mensal, todas as vezes que precisar de uma internação dentro da região contratual, o participante terá que desembolsar uma franquia de R$ 250. E, quando precisar de atendimento fora da região contratual, a franquia será de R$ 350”, alertou Fukunaga.

  

Publicidade enganosa?

 

Além de divulgar notas em favor do Cassi Essencial, o site oficial da Previ divulgou uma informação que induz a confusão sobre o custo real para o bolso dos participantes: “(…) tanto o atendimento nas CliniCassi quanto via telemedicina estão incluídos no valor da mensalidade: não geram coparticipação!”.

 

De fato, não há cobrança a mais pelo uso do atendimento não presencial e nas CliniCassi. Mas, o plano possui, sim, coparticipação de 40% sobre os atendimentos realizados fora da região contratual estabelecida no contrato de adesão e de 30% para os atendimentos dentro da região contratual, ao contrário do Plano Associados e dos planos Família I e Família II, que não têm esse tipo de taxa de coparticipação.

 

Em uma live, realizada em julho para defender o Cassi Essencial, o próprio diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, Carlos Emílio Flesch, admitiu que o plano poderá se tornar mais caro para o bolso dos contratantes, conforme a necessidade de utilização.

 

Também vale destacar que os participantes de localidades onde não tiver uma CliniCassi estarão mais sujeitos à falta de cobertura da Cassi, caso optem pelo Essencial, isso porque o novo plano nasceu com uma rede bem menor de hospitais e clínicas credenciadas.

 

Em Brasília, a rede chega a ser 78% menor, em Alagoas, 50% e no Rio de Janeiro, 32%. Em todo o país, em média, os participantes que aderirem ao Cassi Essencial terão uma estrutura de atendimento 22% menor do que os participantes dos outros planos da Cassi.