Bancários dos seis maiores bancos do País vão receber cerca de R$ 500 milhões com a nova PLR, que não é condicionada ao nível de crescimento dos bancos.
A nova regra para a PLR adicional, que não condiciona o pagamento ao nível de crescimento dos bancos, vai levar para os bolsos dos bancários cerca de R$ 500 milhões. Isso somente nos seis maiores bancos do país – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander Real e HSBC. “Estas empresas empregam aproximadamente 90% de todos os bancários brasileiros”, informa Miguel Huertas Neto, economista da subsessão do Dieese na Contraf.
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O modelo de PLR adicional das duas últimas convenções coletivas determinava que os bancos deveriam apresentar um determinado nível de crescimento do lucro em relação ao ano anterior para que o adicional fosse pago. Em 2007 este modelo foi vantajoso para a maioria dos trabalhadores, mas, em 2008, com a crise já instalada, a PLR adicional foi paga a pouquíssimos bancários, e em valores muito baixos. Já o novo modelo prevê uma distribuição mais simples – e garantida: 2% do lucro líquido do banco serão distribuídos linearmente para todos os trabalhadores da empresa.
Aumento real
O índice de 6% de reajuste para todas as verbas econômicas dos bancários representa um aumento real de 1,5%, ou seja, além de zerar a inflação acumulada entre setembro de 2008 e setembro de 2009 o reajuste significa um ganho a mais. “Considerando os resultados de negociações salariais de outros setores, 1,5% é um belo aumento real”, avalia Miguel Huertas Neto. Esta comparação é feita com base no estudo do Dieese que analisa as negociações salariais dos trabalhadores que têm data-base no primeiro semestre. A pesquisa demonstra que a maior parte das categorias tiveram aumentos reais entre 0% e 1% e que a faixa de aumento real entre 1% e 1,5% reuniu cerca de 18% dos acordos e convenções coletivas assinados no período.
Bye, bye crise
Tanto o aumento real quanto a PLR – geral e adicional – distribuídos pelos bancos tem grande importância para o país. A crise financeira mundial não chegou a atingir fortemente o Brasil porque o mercado interno manteve a economia funcionando. Embora o nível de investimento tenha caído, sobretudo nos primeiros meses, o consumo se manteve, com as vendas no comércio ajudando a combater a crise na indústria. Prova disso é que o nível de emprego já voltou a crescer, sobretudo nos setores mais atingidos, onde houve muitas demissões no início, o que gerou necessidade de contratações quando as vendas subiram.
Além de estimular o consumo, qualquer dinheiro a mais no bolso dos brasileiros contribui também para a diminuição da inadimplência, já que muitas pessoas aproveitam a receita extra para quitar suas dívidas e recuperar a capacidade de tomar crédito.
Agora só falta os bancos suspenderem as demissões e voltarem a contratar, para reverter o encerramento de cerca de 1.200 postos de trabalho no setor somente no primeiro semestre, e retomarem o nível de oferta de crédito de antes da crise, para promover o crescimento do país.
Fonte: Federação dos Bancários dos Estados do Rio e Espírito Santo