O chamado escândalo do Mensalão está ligado a denúncias de que cerca de 80 deputados recebem de 5 a 30 mil reais por mês para votarem com o governo e que, além disso, alguns desses parlamentares receberam um milhão de reais de luvas para trocarem de partido.
Nenhum dos parlamentares acusados é do PT, do partido do presidente Lula, segundo o deputado Roberto Jefferson (PTB), que, por outro lado, acusa o ex-ministro José Dirceu, do PT, de estar por trâs de todo o esquema.
O termo mensalão é novo, mas a troca de partidos é coisa antiga no Brasil da Nova República, do pluripartidarismo sem fidelidade partidária.
Teoricamente, o mandato é do partido, pois a eleição dos parlamentares é proporcional aos votos nas legendas, nos partidos. Apesar disso, os deputados federais trocam de partido como trocam de terno. Talvez porque precisem de mais bolsos.
Se o PT estiver realmente por trás do pagamento pelos votos em plenário e pelas trocas de partido, uma coisa é certa: faz isso porque tem o presidente da República, mas não tem a maioria na Câmara Federal.
E por que não tem?… Porque votamos no PT para presidente, mas não votamos nos parlamentares do PT. Lula teve mais de 60% dos votos, mas o PT não elegeu sequer 20% dos deputados federais.
Longe de nós, do Sindicato, tentarmos justificar a corrupção, contra a qual exigimos apuração e cadeia. Estamos tentando explicar porque a corrupção acontece. E porque nós temos nossa parcela de responsabilidade por isso.
E por que fazemos isso?… Porque 2006 esta aí, novas eleições batendo a porta.
Se ainda queremos o Brasil das promessas do PT, precisamos votar com coerência em todos os candidatos: presidente, senador, deputado federal, governador, deputados estadual.
Se votarmos ideologicamente no presidente e fisiologicamente nos demais, a possibilidade dos nossos sonhos não se realizarem é muito grande.
Em uma Democracia, votar no presidente dos trabalhadores e em um conhecido nosso, amigo das elites, é votar contra nossos sonhos.
Nós, do Sindicato, ainda sonhamos, e porque esses sonhos não se realizaram até o presente, não queremos cometer os mesmos erros do passado.