O Brasil rompe 2007 com Lula continuando na Presidência.
Por mais que o presidente reeleito não tenha concretizado os sonhos que seus eleitores acalentam desde 1989, é inegável que seu primeiro mandato, sob diversos aspectos, foi o melhor das duas últimas décadas, o melhor da Nova República.
Redução da inflação, aumento do salário mínimo acima da inflação, redução do dólar, redução da dívida externa, controle do preço dos combustíveis, recorde de deflação da cesta básica, redução da miséria, redução da pobreza, recuperação das camadas médias, redução do êxodo rural, recorde de saldo positivo na balança comercial, recorde de volume de negócios na Bolsa de Valores, recorde de menor risco Brasil, entre outros dados positivos.
Porém, o maior avanço do mandato foi o avanço democrático. Maior atuação do Ministério Público, maior atuação da Polícia Federal, mais CPI’s, imprensa mais livre, oposição mais livre, entre outros avanços da cidadania.
Apesar dessa oposição mais livre, com a maior parte da grande imprensa a seu serviço e as tv’s Câmara e Senado colocando mais holofotes sobre as CPI’s, o povo soube discernir a realidade do denuncismo eleitoreiro.
Assim, a reeleição de Lula foi a vitória da boca faminta saciada sobre a boca maldita insaciável, elitista e preconceituosa, inconformada em deixar o poder que sempre teve e que chama o presidente de incompetente, mas que não teve competência para fazer melhor na Era FHC ou no messianismo collorido.
A vitória de Lula foi a vitória da Democracia, a vitória da maioria, a vitória do povo, a vitória do cidadão.
Enquanto isso, o Iraque rompe 2007 com os Estados Unidos continuando a ocupar o País e com seu governo local fantoche, que faz tudo o que o seu mestre mandar. E o Tio Sam, tido por muitos como o guardião da Democracia, mandou executar Saddam Hussein, bancando o Pilatos, lavando as mãos.
O Império pós-romano inventou um tribunal sem legitimidade formado por iraquianos, que condenou o ex-ditador iraquiano a ser enforcado por carrascos iraquianos.
Por mais que Saddam tenha cometido crimes contra a Humanidade, sua pena de morte é um atentado à Democracia, à cidadania, sob o silêncio da maior parte da comunidade internacional.
Irônico, George W. Bush afirmou que o julgamento, a condenação e a execução de Saddam foi uma questão de soberania do Iraque.
E o que Bush quer que mude no Iraque sem Saddam?
Não quer que mude nada, ou melhor, quer que haja mais terrorismo. Os sunitas, amigos do ex-ditador, responderão ao enforcamento. Os xiitas, inimigos de Saddam, responderão aos sunitas. O resultado será o sacrifício de mais cidadãos iraquianos inocentes.
O crescimento do terrorismo justificará o envio de mais tropas estadunidenses ao Iraque e a continuidade da ocupação do País, que já dura três anos, sem parecer que alguém queira levar a Democracia aos iraquianos.
Melhor para os Estados Unidos, pior para o cidadão do Iraque e do mundo (MQ).