“O ano de 2022 será fundamental para a segurança do bancário dentro das agências”. Essa é a opinião Elias Jordão, coordenador do Coletivo de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que participou da mesa de segurança bancária do Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, realizado de forma digital na manhã desta terça-feira (3).
Isso porque, segundo Jordão, os bancos estão investindo massivamente em novos modelos de agências, as chamadas agências de negócios, sem portas de segurança.
“Eles argumentam com as quedas nas estatísticas de crimes, pela digitalização e virtualização do dinheiro. A Polícia Federal, mesmo com a nossa pressão, tem autorizado o plano de segurança em agências que não circulam o numerário”, lamentou.
O Sindicato dos Bancários de Niterói e região se posiciona totalmente contrário às medidas adotadas pelos bancos, especialmente, o Bradesco e o Santander. Não há como trabalhar em uma unidade bancária sem ter segurança. Correm riscos os funcionários e também os usuários. A falácia de que a agência não trabalha com numerário, cai por terra quando se colocam os caixas eletrônicos nesta unidade. Ou seja, mesmo que com todo o sistema de segurança dos caixas eletrônicos, os bandidos não perguntam se tem dinheiro na parte interna ou não.
Mais absurdo ainda é a Polícia Federal autorizar o funcionamento sem vigilante. Por isso, o Sindicato apoio uma ação rápida junto à CECASP, órgão que cuida da segurança privada, inclusive em bancos, da Polícia Federal para que essas decisões sejam revertidas e a segurança mantida. Na verdade, o Sindicato entende que a transformação das agências bancárias em unidades de negócios pelos bancos, nada mais é que dizimar a categoria com demissões em massa sem justificativa.
O coordenador do Coletivo de Segurança Bancária lembrou que este é um debate de mais de 20 anos. “Os bancos resistiram muito para aceitar esse debate. Nossa conquista veio com a prova de que as portas de segurança são um item inibitório de ataques às agências. A retirada abrange todos os bancos, que estão aproveitando esse momento e a conjuntura, com rodízio nas agências e dirigentes sindicais em home office. Não podemos aceitar. Temos que nos mobilizar e evitar que isso aconteça.”