Bancários e banqueiros chegaram a um entendimento sobre necessidade de se combater o assédio moral, na quarta rodada de negociações da campanha salarial, dia 9. Segurança é outro tema no qual também houve avanços. No entanto, intransigência dos banqueiros já atrasa calendário de negociações. Por isso a mobilização do Sindicato se intensifica, com manifestações feitas em São Gonçalo nesta quarta-feira, dia 10, com atores da Cia de Emergência Teatral (foto) e banda de música.
Os representantes dos bancários e os dos banqueiros chegaram a um entendimento sobre necessidade de se combater as práticas de assédio moral nos locais de trabalho e sobre os princípios que devem nortear essa política para acabar com a violência organizacional. Foi a quarta rodada de negociações da campanha salarial entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada terça-feira, dia 9, em São Paulo. As negociações continuam na próxima semana. A discussão das cláusulas não econômicas termina na terça-feira 16, e no dia seguinte começam a ser debatidas as cláusulas econômicas e o emprego bancário.
Em Niterói e Região, a mobilização dos bancários continua. Quarta-feira, dia 10, o Sindicato fez manifestações em agências de São Gonçalo com a Cia de Emergência Teatral e banda de música, da mesma forma que havia feito em agências de Icaraí no dia anterior. Num esquete bem-humorado, atores mostraram a clientes e funcionários os motivos da campanha salarial e a exploração dos bancários pelos banqueiros durante todo o ano.
Mesa temática sobre segurança
Na rodada de negociação desta terça-feira, o Comando Nacional cobrou dos bancos um compromisso de buscar uma solução para as questões de segurança que envolvem diretamente os bancários no dia-a-dia, remetendo os assuntos técnicos do problema para a comissão temática. Os bancos aceitaram incluir a discussão sobre segurança bancária na campanha salarial deste ano, inclusive com a instalação e o funcionamento de mesa temática para aprofundar essa discussão. A comissão está prevista na Convenção Coletiva dos Bancários desde 1991, mas nunca foi instalada. E no ano passado os bancos queriam retirar o assunto da Convenção.
Atraso dos banqueiros muda calendário
A mobilização é muito importante porque as primeiras negociações com os banqueiros já deixam claro que os patrões tentarão impor todo tipo de obstáculo para dificultar o processo de negociação e, assim, deixar de atender as reivindicações dos bancários. A demora dos bancos em negociar já provocou alteração no calendário de negociações, que tem ainda as mesas temáticas sobre saúde e condições de trabalho, igualdade de oportunidades e segurança bancária, além de emprego e remuneração. Por isso as negociações da próxima semana, previstas inicialmente apenas para o dia 16, prosseguirão no dia seguinte.
O calendário de mobilização prevê ainda a realização de uma plenária nacional da categoria no dia 25 de setembro, em São Paulo, para avaliar o andamento da campanha e decretar a greve caso até lá os banqueiros se recusem a atender as reivindicações.