Bancários e bancárias do Estado do Rio de Janeiro realizaram nesta quinta-feira (22), uma atividade em protesto contra o fechamento de agências e a demissão em massa nos dois bancos privados que mais lucram no país, Itaú e Bradesco. Em Niterói, diretores do Sindicato protestaram na principal agência do Bradesco que fica no corredor financeiro da Av. Ernani do Amaral Peixoto, no centro da cidade. O prédio compreende diversos setores do banco.
Os protestos também ocorreram em Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Itaperuna, Macaé, Petrópolis, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios. Foram paralisações parciais, reuniões com bancários e bancárias, esclarecimentos aos clientes e usuários e panfletagem, para chamar a atenção sobre a escalada das demissões.
Apenas nas base atendida pela Federação dos Bancários do Rio de Janeiro (FEDERA/RJ), cerca de 500 funcionários perderam o emprego. Boa parte dessas demissões ocorreu a partir do mês de novembro, há um mês do Natal. Com esse número, chega a 1.500 bancários demitidos por dia em 2022.
Para a presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro), Adriana Nalesso, o objetivo da atividade foi “atuar em defesa dos empregos e contra as demissões. Os bancos estão dispensando em massa. Somente na base de nosso estado, no Bradesco foram quase 500 demissões, o que consideramos um absurdo”.
Conforme Adriana, que também é diretora do Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Rio (Seeb/Rio), “os bancos precisam transformar suas propagandas de ‘responsabilidade social’ em fato real, garantindo os empregos, ainda mais neste período de Natal, mas, na prática, o que menos vemos no sistema financeiro é o espírito natalino de solidariedade”.
A dirigente ressalta que a resistência da categoria é fundamental no atual momento, em que ocorrem precarização e terceirização cada vez mais intensas no sistema financeiro. “Nosso maior desafio é debater o trabalho decente, garantir empregos e remuneração justa. Os bancos se utilizam da reforma trabalhista para, cada vez mais, terceirizar as atividades fins, precarizando o trabalho e colocando em risco o sigilo bancário dos clientes, e através da pejotização, via personal banker e plataformas de investimentos, nas quais os bancários passam a prestar serviços sem direitos previstos na Convenção Coletiva, como plano de saúde e previdência, a não ser que o trabalhador arque com todas as despesas”, acrescentou.