A troca de comando na presidência da Caixa Econômica Federal, anunciada, nesta quarta-feira (25), pelo governo não agradou o movimento sindical.
Rita Serrano, funcionária de carreira com quase 34 anos de Caixa e desde janeiro em sua presidência foi substituída pelo economista Carlos Antonio Vieira Fernandes, após pressão do Centrão.
A medida foi criticada pela presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Segundo ela, as mulheres foram responsáveis por cerca de 60% dos votos de Lula nas últimas eleições. Para ela, a troca foi ruim.
“Não vamos aceitar que a política do governo passado seja implementada na empresa, como o desmonte da empresa e da sua função de banco público. Nem retrocessos na política da gestão de pessoas”, disse Juvandia, acrescentando que trata-se de uma mulher a menos no governo.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, também manifestou críticas à saída de Rita Serrano.
“Após as drásticas gestões do banco durante o governo anterior, que implementou uma política de assédio moral e sexual contra as empregadas e empregados, Rita vinha tentando mudar e melhorar o cenário. Tínhamos nossas críticas, mas a gestão era aberta ao diálogo”, disse a coordenadora.
De acordo com Fabiana, as mudanças demoram a acontecer em uma instituição importante como a Caixa, mas “infelizmente ocorreu a substituição quando as mudanças estavam em andamento”. Fabiana ressaltou ainda que a Caixa não deveria ser usada como moeda de troca.
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) também demonstrou preocupação com a mudança na presidência da Caixa. Matéria publicada no site da instituição afirma que a Caixa retomou seu protagonismo social e as políticas públicas estão sendo realinhadas para beneficiar a população brasileira.
“Por isso, a Fenae, em defesa dos seus empregados e do crescimento do banco como motor para geração de emprego e renda seguirá atenta contra a entrega da Caixa àqueles que enxergam a instituição como moeda de troca, com a promoção de interesses pessoais e de seus aliados”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.