Paralisação acontece no Estaleiro STC, na Ilha da Conceição, em protesto contra 35 demissões de operários que participaram de movimento não deflagrado pelo Sindicato há cerca de dois meses. Mesmo não tendo sido responsável pela greve “ilegal”, o Sindicato está na porta da empresa para defender os trabalhadores e auxiliar o movimento.
Metalúrgicos da empresa STX, na Ilha da Conceição, estão com suas atividades paralisadas por tempo indeterminado, contra 35 demissões de operários por justa causa. Na tarde da última terça-feira, o estaleiro anunciou a dispensa dos trabalhadores, alegando “desobediência” de alguns funcionários que aderiram à greve. Em consequência, os operários paralisaram as atividades e só retornarão após a reintegração de todos os demitidos.
Segundo a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, eles teriam tentado abrir um canal de negociação com a diretoria da empresa e com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), mas não obtiveram resposta.
“Estamos abertos ao diálogo. Queremos negociar com a empresa. Para nós, trata-se de uma retaliação dos patrões, já que nós estamos em plena campanha salarial e também em período de eleições sindicais. Essas demissões tentam inibir o trabalho sindical”, afirmou Edson Rocha, vice-presidente do sindicato dos trabalhadores.
Ainda de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, na lista de demissões há empregados registrados nas três chapas que concorrem às eleições, além de membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), todos com estabilidade provisória no emprego.
“Eles estão tentando intimidar os trabalhadores. Há quatro meses a STX levou uma multa do Ministério do Trabalho, porque estavam deixando as pessoas trabalharem em locais confinados. Hoje (ontem), eles entregaram uma circular na mãos dos funcionários, que ainda trabalham, já no horário do almoço, dizendo que não teria comida para ninguém”, disse um dos demitidos, George Garcia, auxiliar de departamento.
Os funcionários afirmaram que vão acampar em frente à empresa, sem previsão de saída, até que a direção se pronuncie sobre as demissões. Para Felipe Marquês da Silva, de 27 anos, a demissão abalou a estrutura familiar.
“Tenho seis filhos. Quando cheguei em casa com essa carta na mão, minha esposa passou muito mal. Trabalho aqui há mais de seis anos, como vou fazer agora?”, indagou Felipe.
Na carta entregue aos funcionários, a empresa STX afirmou que “em razão da sua desobediência à decisão proferida pelo setor de dissídio coletivo do Tribunal Regional do Trabalho que julgou ilegal a greve deflagrada em 31/06/12, fica V.SA., comunicada formalmente, através desta, da sua dispensa por justa causa na forma do ART. 482 ‘e’; ‘h’ da CLT.” (SIC).
A assessoria de Comunicação do Sinaval foi procurada, mas afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Fonte: A Tribuna
Texto: Lutiene Siqueira
Foto: Bruno Eduardo Alves
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