As denúncias do Sindicato sobre desrespeito dos peritos do INSS foram tema de reportagem do jornal O Fluminense.
As denúncias do Sindicato sobre desrespeito dos peritos do INSS, que negam pedidos de auxílio-doença mesmo sem fazer exame, foram tema de reportagem do jornal O Fluminense nesta quarta-feira, dia 21.
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O sindicalista Edilson Cerqueira, diretor do Departamento de Saúde do Sindicato, foi entrevistado para a matéria, assim como bancárias que já sofreram o problema no INSS. Dia 12 de novembro haverá audiência no Ministério Público do Trabalho. Leia abaixo a reportagem publicada pelo jornal O Fluminense:
Bancários denunciam discriminação no INSS
Luiz Gustavo Schimitt
Trabalhadores do Sindicato dos Bancários de Niterói afirmam que os peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) têm negado à categoria pedidos de auxílio para vítimas de acidentes ou doenças. De acordo com o sindicalista Edilson Cerqueira, denúncias revelam que os bancários têm recebido tratamento violento, muitas vezes sendo xingados, “como se fossem fraudadores de laudos e exames médicos”. O caso foi parar no Ministério Público do Trabalho (MPT) e no próximo dia 12 de novembro será realizada audiência com o procurador do Trabalho, Patrick Maia Merísio, para comprovação de provas testemunhais e documentais.
Segundo Edilson Cerqueira, diretor do Sindicato dos Bancários de Niterói, por conta do impasse os trabalhadores acabam sem receber salários porque embora sejam considerados inaptos pelos médicos das empresas, são avaliados como aptos pelo INSS, ou seja, são impedidos de trabalhar pelas empresas e impedidos de receber o benefício pela Previdência Social.
“Quando isso acontece os bancários ficam impedidos de trabalhar porque a empresa não os aceita de volta e eles ficam sem receber dos bancos e do governo também. E o pior é que passam a viver de dinheiro emprestado. Se fazem dívidas, correm risco de demissão por justa causa, como prevê o artigo 508 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”, explicou Cerqueira.
A diretoria da Associação Nacional de Peritos Médicos – designada pela assessoria de imprensa do INSS para responder a denúncia – não atendeu às ligações e nem respondeu os e-mails da reportagem de O FLUMINENSE até o fechamento desta edição.
Quatro meses sem salário
Bancária há 28 anos, Ana Lucrecia Nogueira, de 47 anos, está sem receber salários há quatro meses. Afastada do trabalho desde março deste ano, após desenvolver uma LER/Dorte (Doença Ocupacional de Repetição do Trabalho) e contrair uma tendinite degenerativa nos ombros, braços, punho e dedos. Ela diz ter recebido alta do INSS em junho, mas teve o retorno negado ao trabalho pelo médico de seu banco.
“É uma situação desesperadora. Estou tendo de pedir dinheiro emprestado as pessoas para sobreviver. Sem contar que tomo remédios caros e acabo ficando sem condições de comprar”, lamentou a bancária.
Em situação semelhante, a bancária Maria Clara Portugal, 52, não recebe salário há cerca de três meses. Ela estava de licença do trabalho há cinco anos por um traumatismo em decorrência de fraturas no braço e deslocamento do ombro e por ter desenvolvido em paralelo um glaucoma (doença que compromete a visão). Porém, em junho, quando deu entrada no pedido de renovação de seu auxílio doença, foi considerada apta a trabalhar pelo INSS e inapta pela empresa.
“Uso pelo menos três colírios ao custo de R$ 100 cada e estou com aluguel atrasado. Entrei com ação judicial pedindo aposentadoria, mas por enquanto aguardo pela justiça”, contou.