O Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre de 2022, de acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira (10).
Não apenas o BB, mas todos os bancos, sobretudo a banca privada, são uma verdadeira ilha de prosperidade no meio da estagnação econômica, com quebradeira de empresas, alto desemprego e inflação, em função da política econômica voltada para enriquecer ainda mais os ricos.
O resultado representa um salto de 54,8% em relação ao mesmo período do ano passado e veio acima das estimativas do consenso do mercado, que apontava ganhos de R$ 6,2 bilhões.
Para Rita Mota, da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB), é preciso frisar a importância das funcionárias e funcionários na obtenção do lucro neste patamar.
“Todos têm que ser valorizados pelo resultado. Não fosse o trabalho extremamente qualificado do funcionalismo não haveria se chegado a este montante”, ressaltou.
Sobrecarga de trabalho
Lamentou que parte do lucro se deva ao sacrifício imposto aos funcionários pelo BB, que tem como controlador o governo.
“O banco vem reduzindo sua estrutura física e com isto seus gastos, ao longo de cinco ou seis anos, inclusive com a reestruturação em 2016, com redução drástica do quadro funcional. A sobrecarga de trabalho daí decorrente gera adoecimento e não se justifica, porque o banco tem um lucro bilionário crescente. Poderia ter, ao contrário, contratado mais para que as pessoas não tivessem que trabalhar com tanta pressão, inclusive para alcançar metas abusivas”, afirmou.
Acrescentou que, por isto mesmo, não se justifica, também, a implantação do programa Performa, pelo qual o banco reduziu a remuneração quando da passagem para um novo comissionamento. “Não se justifica igualmente a terceirização e o uso de correspondentes bancários”, disse.