A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) encomendou um levantamento ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre as condições de trabalho da categoria bancária no país.
De acordo com a pesquisa, o número de afastamentos entre os bancários do país, relacionados a problemas de saúde mental e comportamentais, corresponde a 57,1% do total em 2022.
Em 2012, esse tipo de afastamento correspondia a apenas 30% dos casos. No ano passado, 75,4% dos afastamentos foram motivados por doenças mentais na Caixa Econômica Federal.
Em relação às cobranças por metas, 68% afirmaram ter preocupação constante com o trabalho e 61% têm cansaço e fadiga. No total, 52% afirmaram estar desmotivados e sem vontade de ir ao trabalho, 46% têm crises de ansiedade e pânico e 42% têm problemas para dormir até nos fins de semana.
“Sabemos que a cobrança por metas abusivas ainda é um ponto crítico na Caixa, causando o adoecimento psicológico aos empregados”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
O adoecimento dos empregados da Caixa tem chamado atenção da Fenae há tempos. Esse cenário pode estar vinculado à forma como estão estabelecidas e cobradas as metas dentro do banco.
Segundo a Fenae, a elevação do déficit de pessoal na Caixa também pode gerar uma sobrecarga de trabalho para os empregados da ativa. O balanço do primeiro semestre da Caixa mostrou que o banco tem 86.473 empregados e 151,5 milhões de clientes.
“A situação é dramática, pois são 1.751 clientes para cada trabalhador, a maioria exercendo funções em setores administrativos”, destacou Takemoto.
Outro levantamento analisado pelo Dieese, a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), mostrou que houve um aumento de bancários e bancárias de todos os bancos do país que tomam medicamentos controlados nos últimos 12 meses. O índice passou de 35,5% na consulta feita em 2022, para 41,9% na deste ano.
*Fonte Fenae