A greve dos bancários avança e o terrorismo da mídia já começou. Um jornal de economia, o Brasil Econômico, fez uma matéria em que distorceu fala do coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Oliveira, para desanimar a categoria. Segundo o jornal, Silvestre disse que é difícil que os bancários recebam aumento real. Mas o que o economista disse não foi nada disso.
A fala publicada distorceu completamente a informação transmitida por Silvestre. “O que fizemos foi uma comparação do ganho real médio obtido pelas categorias com data-base no primeiro semestre. Observamos que em 2012 o percentual médio de ganho real foi maior que em 2013. Esta análise não se refere aos bancários, mas às categorias pesquisadas”, esclareceu o economista.
A matéria também apresentou trechos de uma nota enviada pela Fenaban informando que os bancários tiveram reajustes superiores à inflação nos últimos sete anos e que o setor tem visto seus lucros diminuírem. “Os lucros dos bancos realmente sofreram uma queda, em função de alguns fatores, como a redução da Selic. Mas o setor financeiro continua tendo a maior lucratividade entre todos os setores da economia”, acrescenta Silvestre.
O argumento de que o piso salarial da categoria tem crescido, outro fator apontado pela Fenaban para justificar a negativa em conceder aumento real, também pode ser facilmente rebatido. “Os bancos estão demitindo em massa, encerrando muitos postos de trabalho e apostando na rotatividade para reduzir salários. A média salarial do bancário está caindo, principalmente nos últimos anos. Enquanto isso, as tarifas bancárias e os juros cobrados ao consumidor continuam em alta. Eles não dão aumento real porque não querem”, avalia Paulo de Tarso, diretor da Fetraf-RJ/ES.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES