Itaú: Vergonha nacional, banco quer escravizar seus funcionários

Em Niterói agências devem ampliar horário de atendimento a partir do dia 29.

O Itaú mais uma vez dá uma bola nas costas dos funcionários. Mesmo com a posição contrária das representações sindicais, o banco inicia no próximo dia 29 a ampliação do horário de atendimento em algumas agências de Niterói como a Agência Barcas e Agência Amaral Peixoto, 55. O procedimento é uma afronta aos trabalhadores e é duramente repudiado pelo Sindicato dos Bancários de Niterói.

“Para que haja uma ampliação de horário de atendimento aos clientes o banco terá que contratar novos funcionários. Não vamos admitir que os funcionários que trabalham seis horas diárias ultrapassem suas cargas horárias descumprindo a CLT e também nossa Convenção Coletiva de Trabalho, respeitando as regras da hora extra. Muitos destes funcionários foram pegos de surpresa e terão que se adaptar à força ao projeto do banco. É um desrespeito à família do bancário. É não permitir que os trabalhadores que se qualificam ou estudam completem seus trabalhos. Quem faz faculdade a noite terá que trancar matrícula. Um banco que se diz amigo da sociedade é o primeiro a prejudicar seu maior patrimônio que são os funcionários. Não podemos permitir que esse projeto vá à frente sem que haja adequações. Repudiaremos todo e qualquer abuso e perseguição que as gerências venham a impor aos bancários”, declarou Heber Mathias, secretário de imprensa do Seeb-Niterói.

No início do mês de setembro, a direção do banco se reuniu com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, onde o projeto foi duramente criticado pela forma unilateral e sem transparência como o banco está implantando a medida de ampliação do horário de atendimento de agências. Os dirigentes sindicais apontaram os inúmeros prejuízos que o programa trará aos bancários no país todo e advertiram que, somados com os outros problemas que ocorrem no Itaú, principalmente as demissões, será o banco onde as paralisações deverão se intensificar.

Representando os bancários participaram o presidente da Contraf-CUT e as seguintes federações representadas na COE Itaú: Fetec São Paulo, Feeb RJ/ES, Feeb SP/MS, Fetrafi NE, Fetraf Minas, Fetrafi RS, Fetec PR, Feeb BA/SE e Fetec Centro-Norte. Pelo banco, compareceram Marcelo Orticelli, diretor de Cultura, Gente e Relações de Trabalho (representante do Itaú na mesa de negociação da Fenaban), e a equipe responsável pela implantação do projeto de expansão do horário de atendimento de agências em shopping centers e corredores de grandes cidades.

Os representantes do banco informaram que 167 agências (66 em shoppings e 101 em corredores) já estenderam o horário. Nos shoppings, o horário passou das 12h às 20h. Nos corredores, as agências do Itaú têm agora dois horários diferentes: umas das 9h às 16h, outras das 12h às 19h. A medida está em vigor desde o dia 27 de agosto e o objetivo do banco é chegar a 1.500 agências com horários ampliados em todo o país.

“Defendemos um projeto antigo para estender o horário das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho e mais contratações de bancários, para atender melhor a população. Essa proposta está com a Fenaban há anos. Já propomos a discussão e o banco se nega a fazê-la por covardia. Este projeto é uma decisão unilateral sem uma consulta aprofundada ao movimento sindical”, rebate Marize Motta, diretora do Seeb-Niterói.

Problemas em todo o país

Os representantes das federações de bancários na COE expuseram aos representantes do Itaú todos os problemas que a implementação do projeto está trazendo para os trabalhadores, contradizendo a visão rósea que o banco tenta vender.

Os principais problemas são: os bancários estão sendo forçados a aderir ao projeto, com medo de demissões e por autoritarismo dos gestores, ao contrário do que diz o banco de que a adesão é voluntária; é frequente a extrapolação da jornada de trabalho, chegando a dez horas por dia, sem pagamento de horas extras; com as jornadas maiores, muitos estão abandonando faculdades, outros deixando os filhos em tempo integral em creches; alguns não conseguem mais ver os filhos; os bancários estão pagando para trabalhar, seja porque subiu o valor da creche ou para pagar estacionamento nos shoppings; pioraram as condições de segurança, principalmente nos horários de saída nos corredores bancários; o banco está tirando caixas de agências para colocar nas unidades envolvidas no projeto, agravando os problemas da extrapolação do horário e da falta de funcionários.

“Ou seja, enquanto mais os altos executivos ganham para aumentar o índice de eficiência, mais os bancários trabalham e perdem qualidade de vida, diminuindo o tempo para lazer e para ficar com os filhos e com a família. A sociedade não quer esse tipo de serviço. E nós vamos lutar por melhor qualidade de vida dos bancários. Por isso o nosso projeto é que o horário de atendimento vá só até as 17h”, concluiu Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-Cut.

Na ocasião, o diretor do banco Marcelo Orticelli, disse que ia examinar os problemas apontados pelos dirigentes sindicais junto com a equipe responsável pelo projeto de ampliação do horário do atendimento e que uma nova reunião.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Niterói e representante da entidade na COE, Miro Baptista, lembra que um novo encontro deve acontecer no dia 06 de novembro. “Vamos a São Paulo para discutir o projeto. Em Niterói há uma movimentação ainda mais estranha. O discutido, a princípio, era o funcionamento seria de 12hs às 19hs, com os caixas cumprindo as seis horas. Mas, em Niterói, a circular divulga o horário de 11hs às 19hs, o que vai extrapolar as horas dos caixas. Vamos denunciar se isso ocorrer”, revela.

Seeb-Niterói e Contraf-Cut


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