Itaú demite funcionário que retornava de licença de saúde e Sindicato paralisa agência em protesto

Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Niterói e região paralisaram, por 24 horas, as atividades da agência do Itaú Gavião Peixoto, no bairro Icaraí, em Niterói, nesta terça-feira (14) para protestar contra a demissão de uma bancária recém liberada de uma licença médica provocada por adoecimento por LER/Dort. A atitude do banco, segundo o Sindicato, contraria as negociações dos bancários com a própria direção do Itaú que apresentou uma proposta de reaproveitamento de funcionários vítimas do adoecimento no trabalho. 

Com faixas de ordem com dizeres “Banco demite trabalhador doente” e “Basta de demissões! Queremos mais bancários” os dirigentes informaram à toda população o ocorrida na unidade. 

O atendimento ficou disponível apenas nos caixas eletrônicos da agência. 

Em reunião com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, no fim de junho, em São Paulo, o Itaú apresentou seu projeto de reabilitação, denominado pela instituição de ‘Programa de Readaptação Profissional’.

De acordo com o banco, o programa atendeu, entre 2012 e 2014, 1980 funcionários que retornaram ao trabalho após afastamento por doença. A equipe de atendimento se concentra em São Paulo e no Rio de Janeiro e conta com sete médicos, dois psicólogos e um técnico de enfermagem. Segundo o Itaú, além do acompanhamento clínico, também são feitas adequações das tarefas na volta da licença médica. 

No entanto, os dirigentes sindicais foram unânimes em afirmar que, entre o objetivo e prática, ainda há uma grande distância. 

O Secretário de Saúde da Fetraf – Federação dos Trabalhadores do Ramos Financeiro do RJ e ES, Edilson Cerqueira, acompanhou a paralisação e destacou o que banco vem praticando atos diferentes dos apresentados nos grupos de discussões.

“O que ocorreu nesta agência do Itaú aqui em Niterói é um exemplo de que o banco pratica atitudes diferentes do seu discurso. A demissão da bancária que acabou de voltar da licença vai de encontro ao programa de reabilitação apresentando pelo Itaú”, disse.

Papel X Realidade

Durante o encontro em São Paulo, o gerente de Medicina Ocupacional do banco, André Fusco, acompanhado do diretor de Relações Sindicais, Marcelo Orticelli, explicou que o bancário, ao retornar ao trabalho, tem função e metas ajustadas, de acordo com sua condição de saúde. 

No entanto, a práticas nas agências é diferente. As metas continuam sendo as mesmas. Outro ponto que o programa não traz é a garantia da estabilidade no emprego. 

Durante a paralisação em Niterói, o Grupo de Trabalho de Saúde do banco composto por funcionários do Itaú estava reunido com o banco para encaminhar outras demandas dos trabalhadores.

Imprensa Seeb-Nit