Com um dia de greve, bancários do Itaú em Niterói e Região conseguiram que o banco cancelasse 4 das 29 demissões e revisse as outras. À noite, assembleia suspendeu a paralisação.
Com apenas um dia de forte greve, os bancários do Itaú em Niterói e Região conseguiram que o banco cancelasse imediatamente quatro das 29 demissões realizadas em maio, assumisse o compromisso de rever as outras e preparasse um documento por escrito garantindo que não fará mais cortes de emprego para reestruturação. À noite, reunidos em assembleia, os bancários do Itaú decidiram suspender a paralisação, que foi a maior do Brasil.
Foram 48 agências fechadas durante todo o dia em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. A forte paralisação chamou atenção da imprensa, com cobertura de jornais como O Fluminense (leia reportagem aqui), A Tribuna (leia aqui) e O São Gonçalo (aqui). No jornal A Tribuna, por exemplo, a greve recebeu chamada de destaque na primeira página, com fotografia de protesto em frente a uma agência fechada (veja a página aqui). O presidente do Sindicato, Fabiano Júnior (foto), e outros diretores foram entrevistados pelos repórteres.
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Agora o Sindicato vai negociar com o banco o não-desconto do dia parado. “Fiquei impressionado com a força e a capacidade de luta dos funcionários do Itaú, que estão de parabéns. Foi emocionante ver a adesão espontânea, a consciência e a disposição de todos. A greve e a vitória partiu dos bancários nas agências, e o Sindicato foi apenas um instrumento de organização”, disse Fabiano. Segundo ele, eram tantas demissões por dia, que o banco não vinha dando conta de fazer as homologações.
A greve, claro logo chamou a atenção também da direção banco, lá em São Paulo. Durante a tarde o Departamento de Recursos Humanos e o de Relações Sindicais ligaram para o Sindicato pedindo um fax com as reivindicações, apontando irregularidades nas demissões. O resultado da assembleia foi informado logo após a votação no Twitter do Sindicato (siga aqui para saber tudo em tempo real).
Tradutora de linguagens de sinais na assembleia
Duas das quatro demissões canceladas imediatamente envolviam portadores de deficiência auditiva. Por isso houve uma tradutora de linguagens de sinais na primeira assembleia, que lotou o auditório do Sindicato e decidiu iniciar a greve por tempo indeterminado. Na ocasião, o advogado do Sindicato deu aconselhamento jurídico aos bancários sobre a decisão deles e a melhor forma de organizar a greve dentro da lei.
Além dos deficientes auditivos, o banco também envolveu nas demissões um bancário em luta contra o câncer e funcionários em período de pré-aposentadoria. A maioria dos 29 demitidos, aliás, tinha mais de 20 anos de casa e vinha do antigo Unibanco. E os dois bancos haviam prometido, na época, que a fusão não provocaria demissões.
Essas demissões não acontecem só em Niterói e Região, mas também em todo o Brasil. E isso apesar de os bancários que agora estão sendo demitidos terem dado ao Itaú, com o suor de seu trabalho, um lucro recorde de R$ 3,5 bilhões só no primeiro trimestre deste ano. Nacionamente, houve protestos quarta-feira, dia 18, em diversas cidades do Brasil. Na quinta-feira anterior, dia 12, os sindicalistas se reuniram com a direção do banco em São Paulo e cobraram garantia de emprego, com base na Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que dificulta as demissões imotivadas.