Bancários entregaram placa ao ex-presidente pelos avanços sociais e econômicos alcançados pelo Brasil nos seus oito anos de governo.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) prestou uma homenagem ao ex-presidente Lula nesta quinta-feira 10, pelos avanços sociais e econômicos alcançados pelo Brasil nos seus oito anos de governo, que possibilitaram a consolidação da democracia no país e importantes conquistas para os trabalhadores nesse período, inclusive para os bancários. O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, presenteou Lula com uma placa, durante cerimônia comemorativa dos 31 anos de fundação do PT, realizada na sede do Sindicato dos Bancários de Brasília, que também contou com a presença da presidenta Dilma Roussef.
“Ao companheiro Lula, nos orgulhamos pelos avanços e pelo modelo mais justo de país que construímos nos últimos oitos anos, durante os quais você comandou nosso país. Além de diversas conquistas para os trabalhadores, nós bancários consolidamos nossa Convenção Coletiva de Trabalho graças ao modelo de gestão que privilegiou o diálogo e a participação de todos”, afirma a Contraf-CUT na placa entregue ao ex-presidente da República.
> Acompanhe as notícias em tempo real no Twitter.
> Comunique-se com o Sindicato no Orkut.
> Assista a vídeos dos bancários no Youtube.
> Veja fotos sobre os bancários no Picasa.
> Receba as notícias sobre os bancários no celular.
“A Convenção Coletiva dos Bancários é a única no Brasil que é válida nacionalmente para todos os trabalhadores do setor, e por isso representa um modelo para outras categorias profissionais. Ela foi construída em décadas de lutas dos bancários, mas foi consolidada agora porque vivemos um período de diálogo do governo com o movimento sindical”, acrescentou Carlos Cordeiro após a entrega da placa a Lula.
Também participaram da entrega da placa em homenagem a Lula o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, o secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros, e o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Jacy Afonso, que também é secretário de Organização Sindical da CUT.
Além da presidenta Dilma Roussef, vários ministros, parlamentares e dirigentes de vários partidos da base aliada do governo no Congresso também participaram da cerimônia de aniversário do PT, na qual Lula foi reconduzido à presidência de honra do partido, posto que já havia ocupado entre 1995 e 2002.
Conquistas do movimento sindical
Em seus 38 minutos de discurso, Lula fez uma retrospectiva de sua trajetória política e enalteceu com orgulho o fato de ter participado da construção do Partido dos Trabalhadores. “Não há registros na história de que um partido com apenas 20 anos tenha chegado ao poder. Conseguimos fazer história. Nós fizemos mais do que (previam) os (dois) programas de governo”, disse Lula sob o coro “olê, olê, olé, olá, Lula, Lula”. O ex-presidente lembrou ainda as conquistas do movimento sindical. “Nunca tivemos uma relação de construção conjunta”, completou, se referindo à relação entre os sindicalistas e o governo no passado. Apesar do tom festivo, o ex-presidente destacou que o momento é de reflexão. “Ainda precisamos fazer com que o povo brasileiro ocupe espaço na cidadania”.
No seu 40º dia como ex-presidente da República e no primeiro evento em Brasília após passar a faixa para Dilma, Lula criticou a imprensa por insinuar que ele estaria com ciúmes de Dilma. “Essa gente metida a ser formadores de opinião não entende nada de psicologia. Sou governo tanto quanto qualquer companheiro que está no governo. O sucesso da Dilma é o meu sucesso. O fracasso da Dilma é o meu fracasso.”
Agradecimentos à CUT
O ódio e a inveja despertados pelo PT, segundo Lula, se dão em função de o partido fazer operário virar estudante e operário virar presidente da República: “O PT fez operário virar estudante, fez operário virar presidente da República, virar presidente da Câmara, virar deputado, virar senador. É por isso que despertamos inveja, é por isso que despertamos ódio.”
Na avaliação de Lula, “nunca antes na história desse país alguém tenha feito o que nós fizemos”.
Lula ainda falou sobre a relação de respeito mútuo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e agradeceu o apoio recebido pela central durante a crise enfrentada por seu governo em 2005. “Fiquei muito emocionado quando criaram o adesivo: mexeu com Lula, mexeu comigo”. Sobre o escândalo do mensalão, Lula classificou a crise como um dos episódios mais infames da nossa história.
Ao lembrar a história de lutas da presidenta Dilma, que foi torturada durante a ditadura militar (1964-1985), Lula observou que ela não guarda rancor e ódio de ninguém, ao se referir ao período (1970-1972) em que Dilma foi presa e torturada em São Paulo. E que a mulher é tão ou mais competente que o homem. “A inteligência não é medida pelo sexo, e sim pela massa encefálica.”
Maior partido do país
Emocionado, Lula lembrou que o ex-presidente José Alencar foi um dos melhores vice-presidentes da história. Na quarta-feira (9), Alencar voltou a ser internado da UTI do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, depois de uma inflamação causada por uma perfuração no intestino. “Não sei em que momento da história alguém teve um vice como eu tive. Amanhã (sexta) vou passar lá para ver ele outra vez e acho que quem puder tem que visitar o Alencar”.
Antes do discurso de Lula – encerrado sob o coro “partido, partido, dos trabalhadores” – o presidente do PT, José Eduardo Dutra, fez um breve resumo da história da legenda, marcada pelo preconceito. “Não foram poucas vezes que sofremos isso. Mesmo assim, conseguimos vencer e nos consolidamos como o partido mais votado nas eleições de 2010”, afirmou. De acordo com Dutra, o grande desafio da legenda, encampado pela presidente Dilma, é a erradicação da miséria. “Com certeza vamos superar mais este desafio”, destacou ele, ao lembrar que a presidente citou a promessa de extinguir a miséria absoluta no Brasil durante seu governo logo no primeiro pronunciamento como eleita e também em sua posse.
Em 27 de outubro de 2010, a então candidata à Presidência da República Dilma Rousseff escolheu o Teatro dos Bancários, na sede do Sindicato de Brasília, para lançar sua plataforma de governo para a área social. Com 13 compromissos e nove páginas, as ações propostas no documento têm como missão erradicar a miséria absoluta no país. A iniciativa reforça os projetos sociais implementados durante os oito anos do governo Lula.
A presidenta
Ao final do ato comemorativo, Lula, Dilma, Marisa Letícia (ex-primeira dama) e José Eduardo Dutra apagaram as velas e partiram o bolo de aniversário do PT e, na sequência, foram cumprimentados por autoridades e militantes.
Visivelmente mais magra, Dilma não discursou. Apesar da nova silhueta, a presidenta não hesitou em provar um pedaço do bolo confeitado com glacê e recheado com nozes e doce de leite, e que foi bastante disputado pelos militantes que tiravam fotos com o ex-presidente e com Dilma. Além dos convidados que lotaram o Sindicato dos Bancários de Brasília, militantes e populares assistiam atentos ao discurso de Lula em um painel de led montado na área externa da entidade.
Além de Dilma e Lula, a cerimônia, que teve forte aparato de segurança, chegando a fechar os acessos à sede do Sindicato, contou com a presença dos ex-presidentes do PT Rui Falcão, José Dirceu, José Genoíno, Ricardo Berzoini, Tarso Genro e Marco Aurélio Garcia. Também estiveram no ato comemorativo 17 ministros petistas, os governadores Jaques Wagner (BA), Agnelo Queiroz (DF), Marcelo Déda (SE), Tião Viana (AC) e Eduardo Campos (PE), filiado ao PSB, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (RS), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, representando todos os prefeitos da sigla, além de deputados federais, estaduais e distritais e senadores.
Fonte: Contraf-CUT, com Seeb Brasília
Foto: Agnaldo Azevedo