GT da Caixa volta a se reunir, mas faltam respostas do banco

 

O Grupo de Trabalho, com representantes da Caixa Econômica Federal e dos empregados para tratar de questões específicas dos trabalhadores que exercem as funções de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor, voltou a se reunir, nesta terça-feira (27). Entretanto, o banco ainda não deu respostas sobre o fim da designação de função por minuto e retorno das funções efetivas.

“O banco está apresentando respostas sobre questões pontuais, que também são importantes, mas não trazem nada de efetivo sobre as principais demandas que apresentamos. Pedimos que o banco reveja as atas de nossas reuniões e se debruce na solução do que é prioridade para os trabalhadores”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

Para a coordenadora, a designação da função por minuto para os caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor inviabiliza o trabalho, gera tensão, adoecimento e prejuízo aos trabalhadores.

 

“A função minuto é uma aberração! É uma atividade que não conta pra nada na carreira dos empregados, fora a questão dos reflexos de final de semana, PLR, férias e afins. Isso sem contar a sobrecarga de trabalho e a cobrança de vendas. É surreal!”, afirmou.

Para minimizar as ações judiciais, a representação dos trabalhadores também solicitou a inclusão da “pausa de 10 minutos” como objeto das Comissões de Conciliação Voluntárias (CCVs).

 

Sem repostas

 

A redução da jornada de tesoureiros, de oito para seis horas, com redução proporcional do salário e orientação para que não sejam autorizadas horas-extras para estes profissionais também ficou sem resposta. Existe decisão judicial para que a Caixa reduza a jornada da função, mas as ações judiciais não mencionam a redução salarial.

 

Na última reunião, banco havia dito não existir orientação neste sentido e que era preciso analisar casos específicos. Os casos continuaram acontecendo em diversas regiões do país.

Também não houve resposta sobre a exclusão das funções de caixa, tesoureiro e avaliador de penhor do “time de vendas” e tampouco sobre a revisão do Programa Qualidade de Vendas (PQV), que está sendo usado como ferramenta de punição aos empregados quando existe uma venda “indevida”.

 

“Mas, o problema que são as metas abusivas que é o cerne não está sendo resolvido”, observou a coordenadora da CEE.

Também mereceu destaque na reunião a necessidade urgente de troca de equipamentos, bem como a estabilidade dos sistemas.

 

“Na última reunião, a Caixa trouxe a informação de melhorias no SISAG (Sistema de Automação de Produtos e Serviços Bancários de Agência), mas o que pudemos perceber é que o sistema passou a ficar mais instável, afetando inclusive outras aplicações. Isso tem prejudicado o trabalho dos empregados e causado demora no atendimento à população”, afirmou Fabiana.

Depois que a representação dos trabalhadores reforçou a cobrança de respostas, a representação do banco tentou argumentar que as atividades realizadas estão dentro do escopo de trabalho das funções. Mas a CEE lembrou que, na reunião passada, já havia discordância desta argumentação e o pedido para que o banco resgatasse as atribuições previstas no RH183 e comparasse com o que os empregados vêm fazendo na prática, para que eles não executem tarefas que não sejam de suas responsabilidades, com a intenção acabar com os desvios de funções.

A representação da Caixa, então, disse que levaria as questões para serem analisadas pelos setores específicos.

O pedido, feito na reunião passada, para que a Caixa aprimore a ata das reuniões, de modo a facilitar o atendimento das reivindicações e o acompanhamento do que está sendo realizado, também foi reforçado.

 

O banco relembrou que demandas sobre a melhoria dos mobiliários, contemplando a substituição com participação avaliação pelos usuários, foram atendidas. Disse também que existe um cronograma para a adaptação de agências para pessoas com deficiência (PCDs). Também está sendo realizada a revisão da formação de avaliadores de penhor.

 

*Fonte: Contraf-CUT