Após cinco rodadas de negociação, os banqueiros não atenderam a nenhuma das reivindicações do Sindicato.
Os bancários de Niterói e Região vão se reunir nesta quarta-feira, dia 23 de setembro, para votar greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira. O local da assembléia será definido já.
Após cinco rodadas de negociação, os banqueiros não atenderam a nenhuma das reivindicações do Sindicato e apenas ofereceram 4,5% de reajuste, o que não representa aumento real.
A proposta dos bancos inclui também uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) inferior à do ano passado, nenhuma valorização dos pisos salariais e nem proteção aos empregos. Eles também negaram auxílio-educação e querem reduzir o auxílio-creche/babá de 83 para 71 meses (leia mais aqui).
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“Os banqueiros deixaram claro que a chave do cofre é a greve”, disse Jorge Antônio, presidente do Sindicato (foto). Ele lembra que os bancos têm registrado lucros seguidos no Brasil, apesar da crise financeira internacional, e acrescenta que a intenção do Sindicato ainda é resolver tudo com diálogo, na mesa de negociação. “Tomara que até quinta-feira os bancos parem com a intransigência e apresentem uma proposta digna”, afirmou.
O reajuste proposto pela Fenaban, de 4,5% para salários, tíquetes e cesta-alimentação e outros direitos como auxílio-creche e pisos, repõe somente a inflação do período, ou seja, congelaria o poder de compra dos bancários. O Sindicato reivindica reajuste de 10% (inflação do período mais aumento real).
PLR menor
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou um novo modelo de PLR, mais simples, mas totalmente rebaixado. Os banqueiros querem pagar 1,5 salário para todos os trabalhadores, limitado a R$ 10 mil e a 4% do lucro líquido do banco, o que acontecer primeiro, mais parcela linear de 1,5% do lucro líquido, com teto de R$ 1.500.
No ano passado, os bancários receberam 90% do salário mais R$ 966 limitado a 15% do lucro líquido. Na média, isso deu em torno de 1,8 a 1,4 salário. O teto, com a proposta dos banqueiros, sai dos atuais 15% para 4% do lucro. O bancário podia receber até 2,2 salários.
Além disso, a Fenaban propõe uma parcela linear de até R$ 1.500, quando em 2008 os bancários podiam receber até R$ 1.980. E ainda pioram, já que no formato atual esse valor não é descontado dos programas próprios de renda variável.
Os bancários reivindicam PLR de três salários mais R$ 3.850 para cada trabalhador.