Depois de nada propor sobre garantia de emprego, banqueiros repetem a estratégia e dizem NÃO a tudo sobre remuneração.
Na negociação de ontem (foto), quarta-feira, dia 2, a terceira da Campanha 2009 e a segunda temática, os banqueiros da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), com a presença das direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal como convidadas, repetiram a estratégia da primeira negociação temática, sobre emprego: disseram não a todas as reivindicações do Comando Nacional dos Bancários – desta vez sobre remuneração.
O samba de uma resposta só disse “NÃO” para reajuste, tíquete-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá, piso de ingresso, de caixas, de comissionados e de gerentes. E ainda colocaram “o bode na sala”, ameaçando que “a tendência de aumento real é muito pequena”, ou seja, deixando dúvida sobre um reajuste, no mínimo, de acordo com a inflação, uma certeza dos bancários no governo Lula, desde 2003.
Novo modelo de PLR
Sobre remuneração variável (participação sobre produtos), Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e auxílio-educação, a Fenaban também disse “NÃO”, alegando que essas questões são afeitas a cada banco.
Por outro lado, os banqueiros se disseram dispostos a formatar um novo modelo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com o que concordam os bancários. Só “NÃO” disseram que modelo de PLR seria esse.
Senha do cofre é “PARALISAÇÃO”
Nova rodada de negociação, sobre condições de trabalho e cláusulas sociais, foi marcada para o dia 9, a próxima quarta-feira, mas a Fenaban já adiantou que só pretendem formular propostas depois dessa quarta negociação, que tem tudo para ser mais uma NEGOCIA-NÃO.
Se os banqueiros negociam no ritmo de João Gilberto, no “Samba de Uma Nota Só”, o NÃO da Bossa Velha, então os bancários têm que entrar no ritmo do Caetano Veloso dos tempos dos festivais, das canções de protesto, engajadas na luta contra o autoritarismo. Dizer “Eu digo SIM, eu digo NÃO ao NÃO, é proibido proibir”.
Mais uma vez, os banqueiros apontam para o caminho da greve. Afinal, o Sindicato gosta de negociação, mas os banqueiros gostam de greve e só abrem os bolsos com elas. Parece que a senha do cofre é PARALISAÇÃO.
Acompanhe as notícias da campanha no Twitter.
Foto: Paulo Pepe/Seeb-SP