Reunidos no Rio de Janeiro, bancários do BB do estado discutiram propostas que serão encaminhadas ao 28º Congresso Nacional dos funcionários do banco. A delegação de 27 pessoas – sendo 14 mulheres e 13 homens – também foi definida durante o encontro. Participaram do encontro 72 bancários, aposentados e da ativa, sendo 20% mulheres.
A primeira apresentação do dia foi de Ricardo Tavares, gerente da Cassi Rio. Ele falou sobre a situação da caixa de assistência depois de firmado o acordo para garantir a contiuidade do funcionamento da entidade. Já houve duas reuniões de prestação de contas desde então e a contratação da consultoria que vai acompanhar a gestão da Cassi já está em fase de conclusão. “Ricardo destacou que a Cassi vai se concentrar cada vez mais na estratégia de saúde da família, com foco na medicina preventiva e no acompanhamento de doentes crônicos”, relata Rita Mota representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/BB. A estratégia tem por objetivo não só oferecer um atendimento melhor para os associados, mas também reduzir os custos do plano. “O cuidado com os pacientes crônicos não deixa de ser uma forma de prevenção também, porque o acompanhamento de diabéticos e hipertensos, por exemplo, pode retardar o agravamento da doença”, acrescenta a sindicalista.
Durante o encontro muito se discutiu sobre a repercussão do achatamento salarial sobre a sustentabilidade da Cassi. “Com a dimunuição dos salários dos empregados do BB ao longo dos anos e, agora, com os descomissionamentos provocados pela reestruturação, as receitas diminuem, já que a contribuição é baseada em percentuais dos vencimentos. Nesta última leva de descomissionamentos, tivemos 3.695 funcionários com redução salarial, sendo que 2.105 voltaram a ganhar o salário inicial, de escriturário”, esclarece Rita Mota.
Em seguida, Marcel Barros, diretor de Seguridade da Previ, deu informes sobre a atual situação da Previ, que já viu dias melhores. O diretor eleito e ex-sindicalista informou que, apesar do déficit conjuntural, os ativos são sólidos, basicamente os mesmos que propiciaram superávit em exércicios anteriores. Em 2016 e no primeiro trimestre de 2017 houve valorização destes ativos, diminuindo o déficit. . Marcel também deu informes sobre o andamento das negociações para o pagamento do BET para o grupo pré-67.
Respeito ao ACT e reconhecimento da greve
A representante da Fetraf-RJ/ES na CEE, Rita Mota deu informes sobre as mais recentes negociações entre a Comissão e o BB. Foi apresentada a recusa do banco em continuar pagando o VCP aos bancários após 31 de maio, o que significa uma redução salarial importante para 3.695 bancários que perderam suas comissões com a ultima onda de reestruturação. Destes, 1.590 conseguiram outra comissão, mas com vencimentos inferiores, e outros 2.105 voltam a receber o salário de escriturário. “Esta medida desrespeita a cláusula do acordo aditivo que trata de descomissionamento. De acordo com o ACT, um empregado só pode perder sua comissão após receber conceito insuficiente em três avaliações funcionais, desde que cumpridas corretamente todas as etapas. O acordo não prevê nenhuma outra possibilidade de descomissionamento”, esclareceu Rita.
Outro ponto discutido foi a reclassificação da anotação com código 308 para todos os bancários que participaram das paralisações dos dias 15 de março e da greve geral de 28 de abril. “O código 308 é usado para falta não abonada e não autorizada e o BB deu alçada aos gestores das unidades para decidir sobre a classificação que seria anotada no ponto dos empregados. Mas as paralisações são legítimas, porque foram definidas em assembleias realizadas pelos sindicatos e o banco insiste em não reclassificar”, destacou Rita. A reivindicação dos bancários é pelo não desconto e definição de um cronograma para compensação das horas não trabalhadas nestes dois dias. Mas a questão vai além. “Ao não reclassificar as anotações do mesmo modo que faz durante a greve dos bancários, o BB não está reconhecendo o movimento de protesto dos empregados. É como se negasse que houve um movimento paredista em repúdio às medidas que o governo está adotando contra os trabalhadores. É também por isso que insistimos tanto na reclassificação”, ressaltou Rita.
A parte política do encontro ficou a cargo de Carlos Souza, secretário-geral da Contraf-CUT. Os funcionários fecharam posição a favor da saída de Michel Temer da presidência, da convocação de Eleições Diretas, contra as reformas trabalhista e previdenciária e a liberação da terceirização. A convocação da Greve Geral para em 30 de junho foi outro ponto aprovado pelos bancários presentes.
Fonte: Fetraf RJ/ES