Encontro Estadual do Banco do Brasil aconteceu no último fim de semana

No último sábado, 21 de Maio, no Encontro Estadual dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado na Federação dos Bancários RJ-ES, no Centro do Rio de Janeiro, os informes e debates giraram muito em torno dos perigos do governo Temer para o BB.

 

Os palestrantes e debatedores chamaram muito a atenção para o aprofundamento de coisas que já vinham acontecendo ou sendo preparadas no Banco, tais como, por exemplo, a extinção e/ou o enxugamento de setores, agências (mais de 100 no ano passado) e comissões; o aumento do assédio moral; o aumento do assédio sindical; e a criação do banco digital, visto como a grande ameaça para o esvaziamento e a precarização das agências.

 

Além disso, no âmbito institucional, a privatização do Banco é uma hipótese remota, mas a terceirização é uma das pautas prioritárias do governo Temer. Há inclusive a possibilidade de terceirização da gestão dos recursos da Previ.

 

Outro perigo é a reforma da previdência, que deverá retardar esse direito para os funcionários mais novos (pós-1998), mais de 80% do funcionalismo atual, o que impacta também na ascensão profissional, já que se permanecerá mais tempo nos cargos.

 

Há ainda a iminente aprovação da possibilidade de os acordos entre patrões e sindicatos poderem se sobrepor ao legislado, o que, na prática, pode levar, por exemplo, à redução de salários e outros direitos (jornada, horas extras, férias).

 

Já a propalada “desindexação” do salário mínimo, das aposentadorias e pensões pode levar a um contexto de reajuste abaixo da inflação ou zero, como ocorreu na Era FHC (1995-2002) e como já se tentou fazer na campanha salarial do ano passado.

 

Em relação à Previ, o déficit não preocupa tanto por ser muito ligado à queda na Bolsa de Valores nos últimos três anos, o que significa que são boas as chances de reversão nos próximos anos, já que as ações continuam nas mãos da Previ, não foram vendidas, o que significaria, de fato, prejuízo.

 

Quanto à Cassi, o que mais preocupa é a suspensão das negociações sobre o déficit desde janeiro e o fato de, por falta de acordo, as reservas estarem sendo consumidas. O problema é que não havendo reservas pode haver uma intervenção da Agência Nacional de Saúde. E a ANS poderia suspender o direito pós-laboral ao plano. Ou seja, o direito dos aposentados a ele.

 

Nesse contexto, é preciso reverter o processo de afastamento do funcionalismo da luta sindical. O toma-lá-dá-cá por comissões pode garantir uma melhoria pessoal, mas o emprego, a própria comissão, o salário base, a Cassi, a Previ e os diversos direitos conquistados na luta só podem ser preservados através da luta coletiva sindical.

 

Muitos foram às ruas por um Brasil melhor e conseguiram derrubar o governo Dilma. E agora, não vão fazer nada contra a tentativa de derrubarem nossos direitos?

 

No Encontro de sábado, com 10% dos participantes do evento, a delegação de Niterói e Região garantiu a eleição de 2 representantes à Conferência Nacional do BB, em junho: Marcelo Quaresma (Sindicato) e Alexandre Lopes (BB Saquarema).

 

Por Marcelo Quaresma