Nesta segunda-feira, 1º de maio, será celebrado o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora. A data marca a luta da classe trabalhadora no mundo todo e remonta a 1º de maio de 1886, quando operários de uma fábrica de Chicago, nos Estados Unidos, fizeram uma greve reivindicando melhores condições de trabalho, principalmente redução da jornada diária de 17 para oito horas de trabalho.
De lá para cá, muitas coisas mudaram e evoluíram com o surgimento de movimentos sindicais que fortalecem, cada vez mais, a classe trabalhadora com a conquista de direitos previstos em lei e sancionados em constituições.
A categoria bancária, por exemplo, já conquistou direitos que vão além da CLT, como gratificação de função em 55% (pela CLT o trabalhador tem 40%) e licença paternidade de 20 dias, quando o padrão é de cinco dias. Todas as conquistas são frutos de muita luta e união da categoria.
Este ano, as comemorações do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora serão unificadas em todo o Brasil pelas centrais sindicais. O 1º de Maio será realizado nas principais cidades do país pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Pública e Intersindical, pelo quinto ano consecutivo. O tema de 2023 é “Emprego, direitos, renda e democracia”. Confira as 15 pautas prioritárias:
Fortalecimento da negociação coletiva. Por regras estáveis entre trabalhadores e patrões.
Mais empregos e renda. Para o país crescer e a família do trabalhador viver com dignidade.
Fim dos juros extorsivos. Pela retomada da produção e o bom funcionamento da economia.
Valorização do salário-mínimo. Por maior poder de compra, mais consumo, mais produção e mais empregos.
Direitos para todos e todas. A luta das centrais é por sindicalizados ou não.
Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Por igualdade de oportunidades para mulheres.
Trabalho igual, salário igual. Contra a discriminação de gênero no universo do trabalho.
Aposentadoria digna. Por direitos e garantias a quem já dedicou a vida ao trabalho.
Valorização da servidora e do servidor público. Em defesa de quem garante serviços essenciais aos brasileiros.
Regulamentação do trabalho por aplicativos. Pelos direitos trabalhistas dos profissionais que atuam via plataformas digitais.
Defesa das empresas públicas. Basta de vender o patrimônio do Brasil.
Revogação dos marcos regressivos da legislação trabalhista. Contra a precarização imposta pela Reforma de 2017.
Fortalecimento da democracia. Pela derrota completa do atraso político no país.
Revogação do novo ensino médio. Por uma educação que não desqualifique ou prejudique os estudantes.
Desenvolvimento sustentável com geração de emprego de qualidade. Por uma vida saudável a todos.
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, destacou a importância da participação de todos nos atos, “pois estamos num momento de reconstrução do país”. Juvandia também ressaltou a importância simbólica da data.
“Os atos em 1º de Maio são sempre importantes para fortalecer a luta de todas as categorias. Temos muitas reivindicações: precisamos de mais emprego de qualidade e renda, de garantia de direitos, da valorização do salário-mínimo e de novas conquistas”, disse a dirigente.
Além das pautas trabalhistas, Juvandia lembra que o 1º de Maio deste ano será importante para outras reivindicações de interesse da sociedade.
“Vamos protestar contra os juros altos e defender a igualdade de gênero, a democracia e o fortalecimento das empresas públicas, que são um patrimônio do povo brasileiro. Por isso, vamos todos aos atos deste Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, para mostrar que estamos unidos por um Brasil inclusivo, justo, democrático, humano e com oportunidades para todos”, completou a dirigente.
A CUT vai transmitir uma live com informações dos atos, das 11h às 17h (horário de Brasília). O programa vai ao ar pelas páginas da CUT no YouTube e no Facebook.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença em São Paulo, onde deve ocorrer a maior manifestação, no Vale do Anhangabaú, palco histórico de manifestações em defesa da democracia, como o comício pelas Diretas-Já!, em 1984, após a ditadura militar.
No Rio, as comemorações serão realizadas no Parque de Madureira, das 9h às 17h, na Zona Norte da cidade, com atrações culturais, além de rodas de debates sobre as reivindicações e expectativas dos trabalhadores. Também haverá espaço para lideranças sindicais, de movimentos sociais e comunitários falarem sobre a importante data.
*Fonte: Contraf-CUT