Desmonte do Banco do Brasil reduz remuneração de mais de 3 mil funcionários

O processo de desmonte imposto pelo governo Temer ao Banco do Brasil pode provocar a perda de comissão de 3 mil funcionários. Com isto, podem passar a receber o salário de escriturário. A informação foi repassada nesta terça-feira (10/1), por representantes do banco aos dirigentes da Comissão de Empresa dos Funcionários, durante negociação em Brasília.

 

O corte na remuneração se deveu à extinção de milhares de funções, ao fechamento áreas meio e de 402 agências em todo o país, além redução de 9.300 postos de trabalho, através do plano de incentivo à aposentadoria, num processo de desmonte, que o governo e a diretoria da empresa chamam de “reestruturação”. Este ataque faz parte da política de Temer de desmantelar o setor público, preparando, com isto, a privatização de várias áreas, entre elas, a dos bancos públicos.

 

Rita Mota, representante do Rio de Janeiro na Comissão de Empresa, condenou o desmonte, o fechamento dos postos de trabalho e a perda de comissões. Classificou as medidas como o mais duro ataque ao BB desde o PDV de 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso, com prejuízo também ao atendimento feito aos clientes. Frisou que o funcionalismo e a clientela do banco não podem pagar pela redução de custos exigida pelo governo, injustificável num banco lucrativo. Acrescentou ser a união dos funcionários o mais importante para se conseguir reverter os danos causados pela perda de funções. “A tentativa em resolver individualmente estas questões só nos fragiliza. Temos que estar juntos, organizados, cobrando uma solução imediata”, defendeu.

 

Sindicato exige VCP permanente

 

Na negociação de terça-feira, a Comissão de Empresa e a Contraf-CUT cobraram garantias aos funcionários de agências em processo de fechamento e aos que tiveram os cargos cortados nos processos de reestruturação iniciado pelo banco em novembro de 2016. A Comissão de Empresa apontou uma série de problemas verificados em cada base, como a dificuldade de realocação dos gerentes de relacionamento para a lateralidade e também situações onde a única opção dada de realocação tem sido a perda salarial.

 

Foi reiterado ainda a necessidade de respostas quanto ao VCP Permanente (Verba de Caráter Pessoal que mantém a remuneração) como forma de proteger os milhares de funcionários que irão perder o cargo ao final do processo de ajuste do que o BB chama de “excessos”. O banco informou que ainda não tem a resposta para o VCP permanente, como também não tem a decisão sobre VCP para os caixas que perderão comissão. Foi reivindicado que nos casos de nomeações com descenso ou lateralidade envolvendo a gerência média, que fosse observada condição de módulo avançado do cargo anterior para o módulo avançado do cargo atual, de forma que minimize a perda salarial nos casos de descenso e mantenha a remuneração nos casos de lateralidade. 

 

O BB anunciou que foram realizadas 4.563 nomeações desde a abertura do TAO Especial. O número de excedentes por grupo de função também foi apresentado até o dia da reunião, sendo que o número varia a cada dia. Nos grupos de função 10 e 9, o BB informou que já foram ocupadas as vagas e não há excessos. No grupo 8, 11 excessos e 243 vagas; no grupo 7, 17 excessos e 117 vagas; no grupo 6, 415 excessos e 170 vagas; no grupo 5, 101 vagas e 41 excessos; no grupo 4, 426 vagas e 150 excessos; no grupo 3, 1.117 vagas e 121 excessos; no grupo 2, 1.255 vagas e 28 excessos; e no grupo 1, 678 vagas e 3.747 excessos. Os dados estão atualizados até o dia 10 de janeiro.

 

Fonte: Bancários Rio