As denúncias de assédio moral e sexual contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, continuam sem desfecho, mesmo depois de um ano. O caso tem desdobramentos nas esferas trabalhista e criminal.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, defende que os valores sejam cobrados de Pedro Guimarães, caso as denúncias sejam comprovadas.
“A Caixa fez um acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho) para reduzir a indenização que a ela foi imputada. Mas, defendemos que os prejuízos sejam cobrados de quem cometeu a infração. Pois, se o banco tiver que pagar, quem acaba arcando com o ônus é a própria sociedade”, disse a coordenadora.
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, pede que seja feita justiça no caso de assédio sexual.
“Que a justiça seja feita e que haja punição dos culpados. Essa é a expectativa de todos os empregados”, disse.
Responsabilidade da Caixa
“O banco precisa garantir que as denúncias das empregadas e empregados sejam ouvidas e as investigações não sejam engavetadas. Também deve garantir o sigilo e evitar que haja retaliações contra os denunciantes. As pessoas que sofrem com o assédio não podem sofrer novamente com as perseguições”, disse a coordenadora da CEE, lembrando que a responsabilidade da Caixa deve ser administrativa.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, em acordo com o MPT, a Caixa se comprometeu a receber e encaminhar as denúncias dos funcionários em até 30 dias; concluir as investigações internas em até seis meses; e facilitar o recebimento de denúncias.
Outros processos
A Caixa ainda enfrenta outros processos decorrentes da gestão do medo, implementada quando era comandada por Pedro Guimarães. No mês passado, o banco foi condenado a pagar R$ 3,5 milhões pelo episódio de 2021 em que o ex-presidente coagiu funcionários a fazerem flexões.
Takemoto afirma que na nova gestão houve uma grande mudança de rumo com relação ao assédio moral. Segundo ele, a percepção é que, agora, existe um ambiente de trabalho mais saudável, mas que também cobra a participação dos empregados na formulação e acompanhamento de medidas de combate ao assédio.
“Precisa haver a participação e acompanhamento pelos empregados e por suas entidades de representação na formulação e implementação das medidas e programas de combate ao assédio moral e sexual no banco”, completou Takemoto.
*Com informações da Contraf-CUT