Segundo dados divulgados pelo Banco Central, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas saltou de 43,5% para 44,2% na comparação entre os meses de fevereiro e janeiro de 2023 – um aumento de 0,7 ponto percentual. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (29).
Esse é o maior índice em cerca de cinco anos e meio. A série histórica do BC tem início em março de 2011. O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas recuou de 25,3% ao ano, em janeiro, para 24,2% ao ano em fevereiro de 2023. Nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 56,6% ao ano, em janeiro, para 58,3% ao ano em fevereiro.
Crédito bancário
Segundo o BC, o volume total do crédito bancário no mercado, recuou 0,1%, para R$ 5,31 trilhões em fevereiro. Em janeiro deste ano, somava R$ 5,32 trilhões.
“O volume de crédito para o segmento empresarial diminuiu 0,7% no mês, para R$2,1 trilhões, enquanto para o segmento de pessoas físicas houve incremento mensal de 0,4%, somando R$3,2 trilhões”, informou o BC.
Para as pessoas físicas, houve destaque para o cartão de crédito rotativo, para crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público e para aposentados e pensionistas do INSS. Essas modalidades apresentaram crescimentos de 4,6%, 1% e 1,1%, respectivamente.
Para o diretor de Política Monetária do BC, Diogo Guillen, a desaceleração o crédito é esperada com a subida dos juros Segundo ele, isso “faz parte do processo de condução da política monetária [elevação da Selic para conter a inflação] ao longo desse ano”.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem informado que a área econômica do governo, em conjunto com o Banco Central, está concluindo medidas para melhorar o ambiente do crédito na economia. A expectativa é que as propostas sejam anunciadas em abril.
*Fonte: G1