CUT avalia a importância das Relações Internacionais para o Sindicalismo

SRI faz balanço da atuação e destaca relevância da Confederação Sindical Internacional na luta contra a crise.

Os fundamentos e os princípios do internacionalismo são concebidos no processo de formação da Classe Trabalhadora, com o surgimento do trabalho assalariado e fabril ainda na Europa do século XVIII. Estes princípios permanecem inalterados, especialmente em um mundo cada vez mais globalizado com centenas de multinacionais espalhadas pelo mundo que dominam parcela significativa dos meios de produção exigem as ações de resistência e solidariedade entre as e os trabalhadores sejam fortalecidas e melhor articuladas.

Os últimos anos da cena internacional foram marcados pela crise estrutural do capitalismo iniciada na metade de 2008. A ação internacional da CUT se orientou pela defesa dos interesses dos e das trabalhadoras, com base no lema de que “Os Trabalhadores e as Trabalhadoras não pagarão pela crise!” através da constante presença nos debates internos sempre junto com a Confederação Sindical Internacional (CSI) e Confederação Sindical das Américas (CSA).

Para fazer frente aos desafios a atual política internacional da CUT se estrutura em áreas de atuação da seguinte forma:

1. Confederação Sindical Mundial – CSI e Confederação Sindical das Américas – CSA

A CSI é atualmente a maior central sindical mundial representando mais de 175 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em 153 países e territórios, com 308 organizações nacionais filiadas. A CUT ocupa atualmente a vice-presidência e compõe o conselho geral da entidade.
A CUT também é filiada à CSA, o seguimento da CSI para o continente, que reúne 65 organizações nacionais de 29 países, representando mais de 50 milhões de trabalhadores/as. Na CSA, a CUT ocupa o secretariado executivo na Secretaria de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável e é membro do Conselho Geral.

2. Organismos Multilaterais

A CUT atua em conjunto com a CSI e CSA no sistema ONU e em organismos regionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), onde faz parte do Conselho Sindical de Assessoramento Técnico (COSATE), na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e no Comitê Consultivo Sindical (TUAC).

3. Organização Internacional do Trabalho – OIT

Na Conferência Anual da OIT de 2011, em conjunto com a CSI, a CUT, conquistamos a aprovação da convenção 189, que regulamenta o trabalho doméstico.

4. Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Em Maio de 1998 as centrais sindicais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste decidiram formar a Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa – CSPLP, empenhada em estreitar os laços políticos, culturais, econômicos, sociais e sindicais que unem os nossos países, fortalecendo a ação sindical no bloco.

5. Ações de Cooperação e Solidariedade Internacionais

A SRI vem realizando várias ações com centrais da América Latina e Caribe e da África. Entre outas, estão em desenvolvimento projetos com a CATH-Haiti, CUTA- Paraguai, CUT Chile, COB- Bolívia, CUTH- Honduras, CSN- Nicarágua,e CUT Autêntica – Paraguai.

6. Ação Frente às Multinacionais – CUTMULTI

Nesta gestão demos continuidade à parceria com a FNV (Federação Holandesa de Sindicatos) e com a DGB (central alemã). A ligação com o trabalho de pesquisa feito pelo Observatório Social permitiu a varias redes conhecer melhor suas realidades e com base nesse conhecimento melhorar as condições de luta e negociação com as empresas multinacionais. Entre as que contaram com apoio do projeto CUTMULTI e das pesquisas feitas pelo OS podermos citar em parceria com a FNV as redes: Arcelor, Gerdau, Vale, AkzoNobel, BASF, Bayer, Novartis, Colgate, Sovay, DuPont, Dow, Lanxess, Carrefour, Wal Mart, C & A, Accor, SHV Gas, HSBC, Santander, Itaú, Banco do Brasil, Iberdrola, Endesa.

7. REBRIP, Rede Brasileira pela Integração dos Povos

Desde 2001, a REBRIP, Rede Brasileira pela Integração dos Povos, congrega movimentos sociais, ONGs e sindicatos que trabalham com temas relativos ao comércio internacional e integração regional. É o capítulo brasileiro da Aliança Social Continental (Américas).

8. Global Labor University – Universidade Global do Trabalho

Desde 2004, a Global Labor University (Universidade Global do Trabalho) oferece programas de mestrado no Brasil (Economia Social e do Trabalho), na Alemanha (Políticas de Trabalho e Globalização), na África do Sul (Trabalho e Desenvolvimento, Política Econômica, Globalização e Trabalho) e na Índia (Globalização e Trabalho).

9. Fórum Social Mundial – Rumo à Palestina Livre!

A CUT coordena a preparação do Fórum Social Mundial Palestina Livre, que acontecerá de 28 de novembro a 1º de dezembro de 2012 em Porto Alegre, encontro de solidariedade que combaterá as políticas de ocupação e apartheid do governo de Israel.
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10. Relações Sul – Sul

A CUT tem apostado na articulação de políticas com centrais sindicais de países do Sul, nos blocos chamados de BRICS e IBAS, o espaço político melhor definido neste contexto tem sido a Iniciativa do Sul por direitos sindicais e globalização, o SIGTUR.

11. Mercado Comum do Sul – MERCOSUL e Coordenadora de Centrais sindicais do Cone sul – CCSCS

A Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul – CCSCS é um espaço relevante de articulação do sindicalismo na região em defesa da plataforma dos trabalhadores nos mecanismos de participação do MERCOSUL, UNASUL e também de forma direta nos governos.

12. Migrações

A CUT atua para organizar a ação sindical dos imigrantes, combatendo a xenofobia e garantindo direitos.

13. Direitos Humanos

Defesa intransigente do direito à sindicalização, organização, livre circulação, expressão, liberdade política e sindical, negociação coletiva e livre manifestação.

14. Mega Eventos: Copa, Olimpíadas.

A CUT coordena ações para garantir que na Copa do Mundo de Futebol em 2014 e nas Olimpíadas em 2016 não ocorram violações de direitos e tem apoiado e construído conjuntamente com a CSI/CSA a campanha “Jogo limpo!”.

15. Rio +20

Ao lado da CSI e da CSA, levantamos nossa voz contra um modelo econômico que exclui, polui e explora homens e natureza com a finalidade de obtenção do lucro para grandes corporações multinacionais.

16. Coletivo de Política Internacional da CUT e Curso de formação sobre Política Internacional:

O curso de extensão universitária “Políticas e Sindicalismo Internacionais”, que a CUT criou em conjunto com o Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Universidade Estadual de Campinas, contempla um público de 42 dirigentes sindicais de ramos e CUT estaduais, qualificando dirigentes, lideranças e assessorias para fortalecer e ampliar as intervenções da CUT em nível Internacional.

17. Boletim SRI

A Secretaria tem elaborado o boletim informativo, de circulação mensal em formato eletrônico, com alcance internacional, em português e inglês, que tem se revelado uma ferramenta importante de comunicação e divulgação das ações da política internacional cutista.

Fonte: CUT
Foto: João Felício – Secretário de Relações Internacionais da CUT


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