Copom se reúne sob pressão por queda da Selic

 

Começa nesta terça-feira (1) e termina na quarta (2) a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC). A expectativa é que, depois de quase um ano com a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) em 13,75%, comece o ciclo de redução.

 

A pressão sobre o BC para baixar a Selic vem sendo realizada pela cobrança dos movimentos sociais, da indústria e do governo, diante do cenário de desaceleração da atividade econômica, aperto monetário e juro real (taxa Selic descontada a inflação) bem acima do nível neutro adotado pela própria entidade monetária de 4,5%.

 

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, explicou que mantendo a Selic elevada, o BC prejudica a economia brasileira.

“Ao manter a taxa Selic elevada por tanto tempo, que é muito mais do que quase um ano (esse é só o período que manteve no patamar de 13,75%), o Banco Central prejudicou a economia brasileira. Isso porque juros altos aumentam a dívida do governo nos juros pagos com os títulos públicos, dinheiro que poderia ser utilizado para expandir infraestrutura e para ser investido em saúde e educação. Os juros altos também prejudicam as famílias e as empresas, porque o crédito e o financiamento ficam mais caros. Famílias e empresas endividadas consomem e investem menos, e com isso há menos geração de emprego”, ressaltou.

 

Divulgada recentemente pelo IBGE, a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostra um recuo da taxa de desemprego de 8,8% para 8%, no segundo trimestre do ano.

 

“Essa redução, tímida, seria ainda maior, não fosse a política monetária praticada pelo BC, que boicota a economia e, consequentemente, a geração de emprego”, afirmou Juvandia.

 

Segundo a presidenta da Contraf-CUT, quanto maior a Selic, mais elevada a remuneração de quem compra títulos públicos.

 

“Os maiores credores da dívida pública no Brasil, hoje, são as instituições financeiras. O que sobra para a população, no geral, são os efeitos perversos da Selic alta, que é um crescimento da economia travado e, consequentemente menor nível de emprego e da renda”, pontuou Juvandia.

#JurosBaixosJá

 

“É fato que Roberto Campos não tem mais como justificar a manutenção da Selic em 13,75%, assim como não tem justificativa para mantê-la na casa de dois dígitos. Por isso, vamos continuar pressionando o BC para reduzir a Selic, independentemente da decisão do Copom nesta semana”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale.

 

Ele lembrou que, desde fevereiro, a categoria bancária realiza protestos contra os juros altos e se juntou aos demais movimentos sociais e centrais sindicais na Jornada de mobilização contra a política monetária do BC, organizada desde junho.

*Fonte: Contraf-CUT