A mobilização visa também combater o crime da “saidinha de banco”, responsável por 32 das 49 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2011 em todo país.
A Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) realizam nesta quarta-feira (21) um dia nacional de luta por mais segurança nos bancos, com atividades de sindicatos dos bancários e vigilantes em todo país, envolvendo trabalhadores, clientes e população. Haverá manifestações, audiências públicas e contatos com vereadores, prefeitos e deputados, buscando ampliar leis para prevenir assaltos e sequestros.
Uma edição especial do Jornal dos Bancários e Vigilantes do Brasil foi elaborada pelas duas confederações para distribuição aos trabalhadores e clientes. O material pode ser acessado na área restrita do site da Contraf-CUT, na seção de downloads.
“O objetivo das mobilizações é alertar a sociedade para o descaso dos bancos em investir mais em segurança, apesar dos lucros gigantescos das instituições”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
“Vamos protestar contra a retirada de portas giratórias no Itaú e outros bancos, o que é um absurdo porque isso fragiliza a segurança das agências e postos de atendimento, aumentando o risco para trabalhadores e clientes”, destaca o dirigente sindical. “Queremos não só a manutenção das portas giratórias, mas a instalação em todos os estabelecimentos”, defende.
Instaladas no final dos anos 90, após muitas lutas dos bancários e aprovação de leis municipais, a experiência revela que as portas giratórias têm sido eficientes na redução dos assaltos. A estatística nacional da Febraban aponta que em 2000 houve 1.903 ocorrências. Em 2010, o número baixou para 369, uma queda de 80,16%. Já em 2011, quando alguns bancos retiraram portas giratórias, foram apurados 422 assaltos, um crescimento de 14,36%.
“É importante garantir a instalação de portas giratórias, por meio da aprovação de leis municipais e estaduais”, salienta o diretor da Contraf-CUT. “Também queremos que esse equipamento seja item obrigatório no projeto de lei de estatuto de segurança privada, que está sendo elaborado pelo Ministério da Justiça para atualizar a lei federal nº 7.102/83”, ressalta.
A mobilização visa também combater o crime da “saidinha de banco”, responsável por 32 das 49 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2011 em todo país. “Queremos privacidade nas operações de saques, através da instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas e colocação de divisórias opacas e individualizadas entre os caixas eletrônicos”, salienta Ademir.
Os cinco maiores bancos do país lucraram R$ 50,7 bilhões em 2011, enquanto gastaram R$ 2,6 bilhões em despesas de segurança e vigilância, o que significa uma média de 5,2% em relação aos lucros. “Está na hora de as instituições financeiras tratarem a segurança como investimento e não como custo. A vida das pessoas tem que ser colocada em primeiro lugar”, conclui.
Fonte: Contraf-CUT
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