Orientação é greve a partir de quinta-feira, dia 24, caso os banqueiros não apresentem proposta melhor.
Os banqueiros finalmente fizeram uma proposta de rajuste, mas ela não dá aumento real e apenas repõe a inflação: 4,5% de aumento. A proposta foi imediatamente rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários, ainda na mesa de negociação desta quinta-feira, 17 de setembro. O Comando orienta greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira, dia 24, caso os banqueiros não apresentem proposta melhor. Até o dia 23 haverá assembleias em todo o País.
> Acompanhe as notícias da campanha no Twitter.
> Comunique-se com o Sindicato no Orkut.
> Assista a vídeos dos bancários no Youtube.
> Veja fotos da campanha no Picasa.
Nesta sexta-feira, 18 de setembro, acontece negociação específica do Banco do Brasil. Terça-feira, dia 22, é a vez da Caixa Econômica.
> Leia também: Paralisações em Itaboraí e Venda das Pedras.
PLR menor para a maioria
Para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), os banqueiros ofereceram 1,5 salário + R$ 966 (fixos) e 4% do lucro líquido de cada banco, distribuídos linearmente (igual para todos). Embora essa proposta seja um modelo novo, mais simples, ainda assim representa valores menores para a maioria dos bancários, em razão da queda nos lucros de alguns bancos. A minuta de reivindicações entregue aos banqueiros dia 10 de agosto exige aumento real de salários, PLR maior, valorização dos pisos e respeito aos emprego.
Redução do auxílio-creche
Os bancos também negaram auxílio-educação e querem reduzir o auxílio-creche/babá de 83 para 71 meses. Já os 4,5% incidiriam, além dos salários, sobre tíquete-refeição, auxílio-alimentação e outros direitos como auxílio-creche e pisos. Na proposta há apenas dois avanços: ampliação da licença-maternidade de 180 dias e isonomia de tratamento para homoafetivos, com a possibilidade de incluir parceiros do mesmo sexo nos planos de saúde. Os bancos também prometeram o agendamento de reuniões das comissões bipartites de saúde e de segurança.
Bancários querem nova negociação
O Comando Nacional dos Bancários enviará documento à Fenaban fundamentando todos os problemas contidos na proposta apresentada aos trabalhadores. Os dirigentes sindicais solicitarão ainda que seja marcada nova negociação até quarta-feira, 23 de setembro, para que os representantes das instituições financeiras apresentem nova proposta contemplando as reivindicações da categoria.
A proposta da Fenaban:
> Reajuste: 4,5%.
> PLR: a) Parcela em número de salários: 1,5 salário reajustado limitado ao valor individual de R$ 10.000 e limitado a 4% do lucro líquido de 2009, o que ocorrer primeiro; b) Parcela linear: 1,5% do lucro líquido, distribuído linearmente, limitado ao valor individual de R$ 1.500,00.
> Condições: Os bancos que tiverem prejuízo em 2009 não pagarão PLR. O valor poderá ser compensado dos planos próprios de participação em lucros ou resultados.
> Pisos: Portaria R$ 673,71; Escritório: R$ 966,20; Caixa: R$ 1.252,03.
> Salário após 90 dias: Portaria R$ 738,00; Escritório R$ 1.059,25; Caixa R$ 1.1.80,24.
> Anuênio: R$ 16,35.
> Gratificação de compensador de cheques: R$ 93,13.
> Auxílio refeição: R$ 16,63.
> Auxílio cesta-alimentação: R$ 285,21.
> 13ª cesta-alimentação: R$ 285,21.
> Auxílio-creche/babá: R$ 285,00 (até 71 meses).
> Auxílio-funeral: R$ 549,89.
> Ajuda de deslocamento noturno: R$ 57,39.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 81.998,61.
Requalificação profissional: R$ 819,52.
As principais reivindicações dos bancários:
> Reajuste salarial de 10% (reposição da inflação mais aumento real).
> Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 3.850.
> Valorização dos pisos: Portaria R$ 1.432; Escriturário: R$ 2.047; Caixa: R$ 2.763,45; Primeiro comissionado: R$ 3.477,00; Primeiro gerente: R$4. 605,73.
> Auxílio-refeição: R$ 19,25.
> Cesta-alimentação: R$ 465,00 (um salário mínimo).
> 13ª cesta-alimentação: R$ 465,00.
> Auxílio-creche/babá: R$ 465,00.
> Fim das metas abusivas e do assédio moral.
> Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos, negociado com as entidades sindicais.
> Contratação da remuneração total, inclusive a parte variável, com a incorporação dos valores aos salários e reflexo em todos os direitos (13º, férias e aposentadoria) – com o objetivo de acabar com as metas abusivas.
> Garantia de emprego, fim das terceirizações, mais contratações e aplicação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que inibe demissões imotivadas.
> Segurança contra assaltos e sequestros, com a retomada imediata da Comissão de Segurança Bancária, proibição ao transporte de valores pelos bancários e adicional de risco de vida.
> Auxílio-educação para todos.
> Ampliação da licença-maternidade para seis meses.
> Planos de previdência complementar para todos os bancários.
Foto: Jailton Garcia/Seeb SP