O 3º Relatório de Transparência Salarial foi lançado, nesta segunda-feira (7), em Brasília. O documento foi produzido pelo Ministério das Mulheres em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Na mesma cerimônia, o governo federal lançou o Guia para Negociações Coletivas e a carta pública “Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho”.
“A desigualdade salarial entre mulheres e homens persiste porque é necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade, desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”, disse a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante a cerimônia.
O Guia tem reflexões sobre a discrepância salarial e de oportunidade entre homens e mulheres, no ambiente de trabalho, e orienta sindicatos e empregadores na construção de estratégias à igualdade.
Já na carta do Movimento pela |Igualdade no Trabalho, os ministérios mostram o cenário de desigualdade de gênero em várias camadas da sociedade e o seu reflexo na economia.
Em um dos trechos da carta, está escrito:
“Segundo um estudo do Banco Mundial, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho, o Produto Interno Bruto (PIB) global poderia crescer mais de 20%. Na mesma linha, um outro estudo da Organização Internacional do Trabalho demonstra que o Brasil poderia expandir a economia em 382 bilhões de reais se implementasse políticas moderadas de igualdade de gênero. Esse valor seria duplicado com igualdade plena!”
A carta foi assinada pela coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, e também pelo representante da Fenaban, Adauto Duarte.
Durante a cerimônia, a categoria bancária ressaltou conquistas recentes, incluídas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), em favor da igualdade de gênero no mundo laboral, como a concessão de bolsas de estudos para mulheres se desenvolverem na área da tecnologia da informação (TI), o setor que tem ganhado mais espaço dentre dos bancos.
Segundo avaliação do Dieese, com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) dos últimos 10 anos, aqui no Brasil, a categoria bancária poderá alcançar a paridade salarial em 46 anos.
*Fonte: Contraf-CUT
*Foto: Matheus Itacaramby