Reajuste salarial de 13,23% (inflação mais 5% de aumento real), elevação e simplificação da PLR, fim do assédio moral e das metas abusivas, valorização dos pisos, PCS para todos, mais segurança nas agências e criação de planos de previdência complementar para empregados de todos os bancos. Esses são os eixos da Campanha 2008.
A 10ª Conferência Nacional dos Bancários foi encerrada neste domingo, dia 27, com a aprovação da estratégia da campanha e da pauta de reivindicações da campanha salarial de 2008, que tem como eixos aumento real de salário, elevação e simplificação da PLR, fim do assédio moral e das metas abusivas, valorização dos pisos, PCS para todos, mais segurança nas agências e criação de planos de previdência complementar para toda a categoria.
Nestas segunda e terça-feiras, serão realizados os congressos nacionais dos bancos, para discutir e aprovar as reivindicações específicas de cada empresa, que serão negociadas simultaneamente com a Campanha Nacional dos Bancários.
“Depois de três dias de intensas discussões, com a participação de 830 delegados de todo o país, conseguimos construir uma proposta de unidade que contempla os anseios de toda a categoria”, diz Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). “Demos um passo importante para a construção de uma campanha vitoriosa.”
As principais reivindicações aprovadas pelos 830 delegados presentes à 10ª Conferência Nacional são as seguintes:
Aumento real
Manter a estratégia de conquista de aumento real dos últimos quatro anos, reivindicando 13,23% de reajuste (inflação mais 5% de aumento real).
PCS para todos
Plano de Cargos e Salários para todos os bancários de todos os bancos, prevendo 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos.
Os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias, pagando o novo salário durante o período de treinamento. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.
Fim das metas abusivas
As metas serão definidas pela agência/departamento com a participação de todos os trabalhadores, levando em consideração também a abordagem ao cliente e o tempo para sua execução.
As metas serão obrigatoriamente coletivas.
A constituição das metas deverá levar em consideração a região, o porte da agência, o número de funcionários, a base de clientes e o perfil econômico local.
As metas serão regressivas proporcionalmente ao seu cumprimento.
As metas estabelecidas coletivamente serão adequadas no caso de afastamento, licença, ausência, férias de funcionários, etc.
As metas não serão aplicadas aos caixas.
Ficam proibidas quaisquer tipos de comparação dos resultados obtidos, elaboração de rankings ou classificação por desempenho individual, da agência ou por região.
Pisos salariais
Aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074, sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25% em 2009 e outros 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente
Contratação da remuneração total
Distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
Aumento da PLR
Os objetivos são elevar o valor da PLR e simplificar os critérios de distribuição: três salários mais R$ 3.500 para todos, sem limitador e sem teto.
Vale-refeição
Aumentar o valor para R$ 17,00, de forma a compensar a inflação dos alimentos dos últimos 12 meses.
Cesta-alimentação
R$ 415,00, o mesmo valor do salário mínimo. Além disso, os bancários reivindicarão a 13ª cesta-alimentação conquistada no ano passado.
Auxílio-Creche
Deve ter o mesmo valor do salário-mínimo (R$ 415), com ampliação da idade para 8 anos e 11 meses e comprovação anual dos gastos.
Novas conquistas
Auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada
Emprego
Ratificação da convenção 158; defesa do emprego; cumprimento da jornada de 6 horas; contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes
Segurança
Instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias, já no auto-atendimento; pagamento de adicional de risco de vida no valor de 40% do salário para funcionários de agências e PABs
Eixos políticos
Defesa dos bancos públicos.
Ampliação do crédito produtivo para investimentos, principalmente agrícola.
Redução da taxa de juros.
Regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal (que estabelece o papel do sistema financeiro no país).
Fonte: José Luiz Frare (Contraf-CUT) e Elisângela Cordeiro (Seeb-SP)