Na negociação específica de sexta-feira, porém, não houve avanços sobre o plano Saúde Caixa.
A pressão dos empregados para que o quadro de funcionários da Caixa seja ampliado para 100 mil trabalhadores concursados vem trazendo resultados positivos. Durante a negociação específica entre o Comando Nacional dos Bancários, a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa) e a empresa, dia 4 de setembro, o banco anunciou que o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest) autorizou a contratação de mais 2.200 empregados.
Apesar de estar abaixo das expectativas da categoria, a ampliação do número de contratações é considerada um avanço dos empregados da Caixa, que vêm promovendo em todo o país campanhas, manifestações e coleta de assinaturas para alcançar 100 mil empregados concursados na empresa. A pressão deve continuar até que a reivindicação seja totalmente atendida pela Caixa, que atualmente tem em seu quadro apenas 82 mil empregados concursados.
Na negociação também foram discutidas as pendências relacionadas ao Saúde Caixa. A comissão dos empregados reivindicou avaliação do atual método de custeio do plano de saúde e da remuneração sobre o Fundo de Reserva, de modo a aprimorar a aplicação dos recursos. Foram cobradas também a implantação do Plano Família, a criação de representações do Saúde Caixa e Saúde do Trabalhador em todas as unidades da Federação bem como subsídios para medicação em caso de patologias graves.
A Caixa ficou de apresentar um retorno sobre esses temas nas próximas reuniões. A extensão do Saúde Caixa para os aposentados que saíram do PADV também foi reivindicada pela Comissão dos Empregados, mas a empresa já sinalizou que não vai atender esta reivindicação.
Condições de trabalho
As condições de trabalho do empregado da Caixa também foram debatidas. A CEE/Caixa pressionou a empresa para que ela atenda com rapidez as reivindicações de substituição de mobiliário inadequado, equipamentos de ar-condicionado danificados e outros materiais que não funcionam e que causam prejuízo para a saúde do trabalhador.
A CEE/Caixa denuncia também que o processo de unificação das atividades de caixa, exercida pelos empregados da retaguarda das agências (caixa de Ret/PV) foi mal sucedido, sobretudo por levar à realização de quatro ou cinco horas extras diárias dos empregados, contribuindo para o seu esgotamento físico e mental.
Em resposta às reivindicações dos empregados, a empresa informou que vai instalar em todos os bancos de penhor, até o final de dezembro deste ano, exaustores para recolher os resíduos químicos e assim proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável.
Em relação à segurança dos trabalhadores, foram cobradas a instalação de vidros de proteção nos guichês e a colocação de portas giratórias antes do autoatendimento, além de uma série de outros dispositivos de segurança definidos no chamado “Projeto Agência Segura”, elaborado pela área de segurança da própria empresa. Também é reivindicado aumento no valor da indenização por assalto e proibição de transporte de valores pelo empregado.
Foi feito um debate sobre a importância da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Os trabalhadores reivindicaram eleições em todas as unidades da empresa, incluindo aquelas que possuem menos de 100 trabalhadores.
A empresa informou que 478 agências cumprem as recomendações do “Projeto Agência Segura”. Também registrou que sete agências não têm cobertura no transporte de valores, por questões relacionadas à dificuldade de acesso dos carros fortes, e está estudando alternativas para solucionar este problema.
Calendário de negociações
Duas rodadas de negociação específica estão previstas para os dias 11 e 22 de setembro. Na primeira reunião serão discutidos: Funcef/aposentados, isonomia, democratização da gestão e outros temas. Na outra, serão debatidos Plano de Cargos Comissionados (PCC), Plano de Cargos e Salários (PCS) e jornada de trabalho.
Fonte: Fenae
Foto: Augusto Coelho/Fenae
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