Durante reunião da Campanha Nacional dos Bancários nesta quarta (19), a direção da Caixa Econômica Federal propôs uma alteração no modelo de custeio do Saúde Caixa. A direção do banco estatal quer que a cobrança seja individualizada.
A direção da Caixa defendeu que essa mudança é necessária para atender à CPC33, ao estatuto da empresa, às resoluções da CGPAR e às demandas de usuários. Mas, para a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), o modelo apresentado pela Caixa não é a solução do Saúde Caixa.
“Defendemos o modelo atual de custeio com a inclusão dos novos empregados. Vamos lembrar que o formato de custeio é sustentável e necessita de ajustes, tanto que, mesmo sem reajuste desde 2008, apresentou superávit até 2015. E foi a partir desse ano que a Caixa deixou de apresentar os dados aos trabalhadores”, comentou Jorge Furlan, membro da Comissão.
Um dos dados contestados pela CEE/Caixa é o estudo atuarial. Para os trabalhadores, as premissas adotadas pela empresa que realizou o estudo não se aplicam a atual realidade. Ao contrário do que apresentou o banco, a sinistralidade, neste ano, por exemplo, foi reduzida. A CEE defende, ainda, a manutenção da proporção de 70/30 no custeio das despesas assistenciais do plano, para garantir que os empregados tenham de fato acesso ao plano.
A Caixa alega que precisa alterar o modelo de custeio para garantir a sustentabilidade do plano, pois o pacto intergeracional estaria comprometido pelo envelhecimento dos usuários do plano. A CEE sustenta que a proposta da Caixa de alterar o formato de custeio compromete o acesso ao plano, comprometendo, aí sim, suas premissas, que são o pacto intergeracional, a solidariedade e o mutualismo.
As propostas feitas pelo banco, na visão da coordenadora Fabiana Uehara Proscholdt, são ruins para os usuários do plano de saúde. Uma nova proposta foi solicitada.
“Nós defendemos o Saúde Caixa para todos, com o atual custeio, sustentável e garantindo as premissas do plano. Esse teto de gastos colocado foi justificado para poder dar competitividade a Caixa, mas não é isso que vemos. A Caixa tem sim é perdido mercado. Este teto é prejudicial aos empregados e são estes mesmos trabalhadores que constroem dia a dia a empresa”, ressaltou Fabiana.
Reivindicações – A CEE/Caixa, antes de debater o Saúde Caixa, cobrou da direção do banco uma proposta global que atenda as reivindicações dos empregados. Dentre os pontos, abordados, estão a PLR Social, cuja solicitação dos bancários é a manutenção da mesma.
Outro ponto abordado foi a jornada de trabalho. O banco propôs que houvesse a possibilidade de intervalo opcional de 30 minutos para quem tem jornada de oito horas. Além disso, a direção também propôs férias divididas em até três vezes e banco de horas.
Com relação ao banco de horas, a Caixa disse implementar, com limites, para evitar “abusos” das partes e dentro da proposta encaminhada seria possível negociar melhorias. Sobre a divisão das férias, a Comissão pediu que o período mínimo seja de 12 dias (na CLT atual o período mínimo é de 14 dias. Se o empregado tirar férias a partir de uma segunda-feira “perderia” dois dias no último final de semana).
O Saúde Caixa volta a ser debatido em reunião na próxima sexta-feira (21), às 15h, por videoconferência.