Caixa não suspende reestruturação

Não houve avanço nas proposições da Caixa. Os temas mais importantes, como o Plano de Funções Gratificadas e a reestruturação, foram simplesmente adiados.

A Confederação Nacional dos TRabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) se reuniram nesta quinta-feira, 15 de abril, em Brasília, com representantes da direção da Caixa Econômica Federal, como parte da mesa permanente de negociação.

Na avaliação de Jair Pedro Ferreira, coordenador da CEE/Caixa, a postura da direção da empresa não poderia ser mais insatisfatória. “Não houve avanço nenhum nas proposições da Caixa. Os temas mais importantes, como o Plano de Funções Gratificadas e a reestruturação, foram simplesmente adiados. Portanto, a Comissão entende que é hora de mobilizar a categoria para pressionar firme e decididamente a direção da empresa”, declara ele.

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A CEE/Caixa se posicionou, logo após a reunião, pela necessidade de mobilizar os bancários da Caixa, tendo decidido inclusive pela convocação de assembleias gerais para uma data mais oportuna a ser anunciada, por todo o país, para consultar a categoria sobre protestos e outras ações.

Reestruturação

A informação mais relevante apresentada pelos dirigentes da empresa diz respeito aos prazos de implementação da reestruturação. Perguntada pela CEE/Caixa sobre a quantidade de cargos que seriam criados ou extintos com a mudança, a Caixa informou apenas que o cálculo está sendo conduzido pela Vice-Presidência de Pessoas (Vipes), e será concluído até o dia 1º de junho.

Somente a partir daí seria possível dar a informação. José Durval dos Reis, da Caixa, informou também que o início efetivo do processo de reestruturação está marcado para o dia 1º de julho.

Durval é superintendente nacional de desenvolvimento empresarial da Caixa. Ele apresentou durante a reunião um panorama da reestruturação em curso na empresa. O balanço continha as informações comparativas das áreas e unidades que existiam antes na empresa e de como elas se organizarão após a reestruturação.

“Na verdade, essas informações apresentadas pelo representante da empresa já estavam circulando internamente na empresa. Alguns pontos nos preocupam bastante em relação à reestruturação. Por exemplo, sabemos agora que todos as RET/PV\’s (a retaguarda das agências) estão marcadas para acabar no dia 30 de julho. Os funcionários desse setor migrarão para a área gerencial, passando a trabalhar nas agências, mas a Caixa não deu maiores informações quanto à situação das funções desses funcionários, por exemplo”, relata Luiz Ricardo Maggi, diretor da FEEB-RJ e ES. A Gerência de Tecnologia instalada no Espírito Santo também será extinta na reestruturação.

O tema da reestruturação vem causando preocupação entre os trabalhadores. Dos cerca de 85 mil funcionários da Caixa, algo em torno de 24 mil trabalham em filiais, principais atingidas pela reestruturação.

PFG e Jornada

Também não houve avanços nas negociações sobre o Plano de Funções Gratificadas, o PFG. Segundo os representantes da Caixa, o plano voltou a ser avaliado pelo Ministério da Fazenda (MF) e pelo Ministério do Planejamento, a fim de adequar as exigências dos funcionários ao orçamento da União.

A Caixa disse que só volta a negociar o PFG em maio deste ano, e que não há mais a possibilidade de incluir no plano a chamada progressão horizontal.

Quanto à redução de jornada de oito para seis horas, a Caixa não retrocedeu. Uma das condições impostas pela empresa para implantação do novo PFG é justamente a redução de jornada com redução proporcional de salários para cargos técnicos e de assessoramento.

Plano de Cargos e Salários

Mais uma vez, a Caixa não apresentou qualquer proposta concreta para a implementação do novo PCS. “Não estamos dizendo que não haverá. Só pedimos mais tempo para estudar o tema junto à direção da empresa”, declarou Ana Telma, coordenadora da comissão de negociação da Caixa.

A empresa acenou, entretanto, com a possibilidade de reparar as perdas daqueles que não aderiram ao último Plano de Cargos e Salários, em 2008, tratando todos os funcionários de forma isonômica, conforme a demanda apresentada pela CEE/Caixa.

Desta forma, o dia 31 de junho de 2008 seria tomado como base para o cálculo dos benefícios de todos os trabalhadores no novo PCS.

Dias Parados

Não houve avanço sobre a recuperação dos dias parados durante as campanhas salariais de 2008.

Normativos dos Planos de Saúde

O marco regulatório dos planos de saúde dos funcionários da Caixa data de 2004, quando foi discutido pelos representantes da empresa e do movimento sindical. Entretanto, em 2007, a Caixa efetuou uma mudança unilateral em dois dos normativos, sobre a licença saúde e sobre os acidentes de trabalho.

Como tais alterações não foram discutidas e sequer comunicadas, a CEE/Caixa não as reconhece. A Caixa, por sua vez, não acenou com a possibilidade de mudanças.

Eleições para a Cipa

A CEE/Caixa também cobrou a divulgação do cronograma para a eleição das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa\’s). A Caixa afirmou que divulgará em breve o cronograma.

Vacina contra o vírus H1N1 (Influenza A)

A direção da empresa acenou com a possibilidade de realizar licitações para a compra de vacinas para os funcionários, semelhantes àquelas fornecidas na rede privada, que, além de imunizarem contra a chamada gripe suína, também combatem outros dois tipos de gripe, mais comuns.

Outra possibilidade é a de que os funcionários se vacinem na rede privada e tenham seu reembolso no local de trabalho. A Caixa publicará sua decisão em breve.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília